quinta-feira, 11 de junho de 2015

E quando o ciclo se repete?



E quando o ciclo se repete? E quando o que deste por terminado volta, para te assombrar, para te relembrar, para te fazer mal - ou bem (nunca se sabe como o ciclo vai acabar).
Pus um travão no nosso ciclo. Custou, mas fi-lo. Tinha de ser. Queria de ti o que não estavas disposto a dar-me a mim, mas a outra pessoa.
Passei mal, mas não chorei. Prometi a mim mesma que não o faria. Em vez disso, limitei-me a sobreviver. A sobreviver sem ti, mas com o teu fantasma em todo o lado e, muitas vezes, o teu corpo mesmo. Não podes imaginar o que me custava ver-te todos os dias depois de acabarmos, cumprimentar-te, sentir o teu cheiro, beijar-te (mas não onde queria) e abraçar-te e ficar contigo entranhado na minha roupa, porque no meu corpo e na minha alma já estás entranhado há muito tempo. Não imaginas a dor de te ver naquela sexta-feira, no enterro do caloiro, quando te olhei lá de cima, nas escadas onde estava sentada, e me retribuíste o olhar, que durou até eu não aguentar mais e sair dali. Sei que, até voltar, o teu olhar me procurou e só descansou quando voltou a pousar no meu.
Passei semanas em que só pensava em ti e só falava de ti. Em que todos os dias via a nossa foto e só queria que a pudesse apresentar um dia aos meus futuros filhos, como sendo a primeira foto dos seus pais juntos, mas sabendo que nunca poderás ser o pai dos meus filhos, apesar de seres tudo o que eu queria.
Depois de tudo, depois de morrer por dentro cada vez que estive contigo por saber que não podia ter mais do que uma simples "curte", pensei que nunca voltaria a passar pelo mesmo. Tinha dado um fim ao ciclo e ele tinha terminado.
Mas agora voltaste... Voltaste e disseste-me que a mulher por quem me trocaste uma segunda vez vai sair do país. O meu maior obstáculo saiu do caminho...
E dou por mim a querer voltar a "ter-te" mais uma vez. E dou por mim a esperar que, desta vez, me queiras dar o que sempre te ofereci.
Talvez... Talvez agora seja diferente.
Sim, somos o casal mais estranho de sempre, não temos nada a ver um com o outro. O Freud divertir-se-ia connosco. Eu ajo como se fosse tua mãe e tu tanto ages como se fosses uma criança, como te tornas no meu porto de abrigo nos meus dias de tempestade.
Mas talvez... Talvez a única maneira de quebrar o ciclo seja não o quebrar de todo.

M.

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