domingo, 24 de abril de 2016

Dear John


Dear John,

As relações acabam. As pessoas mudam, afastam-se, têm necessidade do seu espaço. Acontece. E temos de saber lidar com isso.
Sei que acabei as coisas entre nós numa má altura e não propriamente da melhor forma. Sei que estavas numa fase muito má, sei que te devia ter apoiado mais, sei que devia ter estado mais presente. Mas, sabes?, eu sabia que não estavas sozinho. Eu sabia que ias ficar bem, que tinhas amigos que te apoiavam e com quem estavas regularmente. Apesar de tudo, e apesar do que pensas, preocupei-me contigo. E certifiquei-me de que tinhas o que precisavas.
A verdade é que também eu passava por uma fase má. Essa foi a parte que te escapou. A vida que eu conhecia - e que adorava - acabou assim que comecei a trabalhar. A faculdade, os amigos, as saídas à noite. Aquela rotina que já me estava entranhada, aquela que era a minha segunda casa, tudo isso acabou assim que tive de me prender a um trabalho que não gosto e que não é aquilo para o qual estive três anos a estudar. Quando comecei a trabalhar, deixei de ter tempo para mim, deixei de poder estar com os meus amigos frequentemente. Isolei-me. E no início resultou. Nem me apercebi do que estava a acontecer, porque estava ocupada - física e psicologicamente - com o maldito trabalho.
Um mês antes de ir de férias, estava completamente em baixo. Sentia-me presa a algo que precisava de me continuar a prender se queria ter a oportunidade de continuar a estudar. Não me sentia bem no trabalho e todos os dias me custava imenso sair de casa. Contava os dias para as nossas férias no Algarve. Sós.
Depois, chegaram os problemas. A desilusão quebrou-me. A pressão acabou comigo. E a tua carência e necessidade de atenção constante não ajudou.
Como sempre, isolei-me.
Só queria estar em casa. Custava-me combinar coisas contigo porque sentia que estava a abdicar do meu tempo sozinha. Mas quando quis sair, festejar o carnaval e relembrar o carnaval anterior que tinha passado com as minhas (longínquas) amigas, não quiseste sair. Sabias o que significava para mim, sabias que ias gostar e que te ia fazer bem. Mas não fizeste nem um esforço. E tudo o que eu queria era um pedacinho daquela vida que já não tinha e que tanta falta me fazia...
Acusas-me de ter sido egoísta, por não te ter dado mais de mim, quando te dei tudo o que tinha. Mas tu é que foste egoísta ao ponto de não veres o que se estava a passar comigo e a exigires cada vez mais de mim.
Mas isso não conta, pois não? Porque nesta história eu sou a má, a fria, e tu és a minha vítima, que não fez mais do que me amar.
A verdade é que, pondo as culpas de lado, estávamos à procura de coisas diferentes. Naquele dia, quando estávamos a falar da série "How I Met Your Mother", percebi: tu és um Marshall à procura de uma Lily e eu sou uma Robin, caminhando em direcção à liberdade e independência e fugindo dos Marshall's desta vida.

M.

sábado, 23 de abril de 2016

Os cadeados do meu coração


Está a acontecer algo que eu mesma tinha feito, com muita dificuldade e tristeza, de modo a proteger-me contra os perigos do amor. Os cadeados que fecham a caixa que protege o meu coração estão a começar a abrir novamente. Aos poucos e poucos, um por um foi-se abrindo, até só restar um, o último, e até mesmo este já não se encontra seguro.
Não pensei que voltaria a sentir esta sensação estranha que me percorre todo o corpo e me deixa sem fôlego e com tremores só de pensar nesta pessoa. Fico sem jeito só de ouvir o seu nome, sorrio como uma doida sozinha no meio da rua quando me lembro dele, fico ciumenta quando ele fala de outras raparigas... O que é isto? Será? Não, não pode ser!
Depois do que eu sofri, prometi a mim mesma não me sentir assim tão cedo, fechei-me numa caixa a mil cadeados, e mesmo assim não foi o suficiente. Assim não vale, somos amigos, sempre fomos, o que é isto agora? Como é que isto aconteceu? O que é que eu faço agora? Deixo que o último cadeado se abra e volto a deixar o meu coração na mão de outra pessoa ou colo a caixa p’ra que ela não se abra de vez?
É impossível aguentar mais. Será a coisa certa, deixar-me envolver novamente, baixar a guarda e deixa-lo entrar? E se for como os outros? Não, ele não é como os outros, nunca foi, mais ainda assim... Será que deixo ele abrir o último dos mil cadeados?
T

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Sobrevivi ao amor da minha vida




Resolvi dar-me uma oportunidade de ser feliz. Resolvi aceitar algo bom que a vida me estava a dar. Resolvi abrir o coração para alguém que tinha tudo para me dar. E aqui estou eu. Sobrevivi. Sobrevivi a um amor platónico, doente. Mas que foi e sempre será o amor da minha vida. Sobrevivi a ele e hoje estou aqui, de pé, a aceitar que pode haver um amor melhor para mim. Ainda que tenha sido o amor da minha vida, ninguém me impede de criar outro…
Hoje orgulho-me de mim mesma porque sei que, por muitas quedas que tenha dado e por muitas cicatrizes com que tenha ficado, sobrevivi a uma das maiores provas que a vida me colocou.
A.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Soltaste-me a mão...




Não me deste hipótese. Largaste-me e eu segui em frente. Não queria. Hesitei. Lutei, lutei contra tudo isto. Mas não sou assim tão forte. Não sou de ferro. Alguém me está a dar de graça tudo aquilo que eu precisava de sentir. Amor, carinho, amizade, respeito.
Sabes? Nunca duvidei de tudo o que tu me deste enquanto “estivemos juntos”. Acima de tudo senti-me amada, senti-me acarinhada, senti-me amiga, senti-me respeitada. Sabes? Não consigo tirar aquela noite da cabeça. Não consigo tirar os teus beijos da minha mente. Não consigo esquecer a tarde na tua casa. Não consigo simplesmente esquecer tudo o que nos aconteceu. Às vezes pareço louca por te relembrar tanto, mas não consigo evitar.
Mas agora segui em frente. Agora tenho outra pessoa que me respeita, que me ama. Que me ama como te amei a ti.
Houve alguém que só estava à espera de um deslize teu para me ter. Tu soltaste-me a mão e alguém a agarrou…
A.