segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Gosto de ti, e então?


No outro dia, perguntaram-me porque gosto de ti.
Perdi-me nas palavras, porque gosto de tudo em ti. Até das coisas que não gosto.
O que mais gosto em ti é da tua inteligência, do teu espírito crítico e opinado, das tuas perspectivas únicas e fundamentadas. Da tua aceitação das pessoas como são. Do teu sentido de humor, do teu lado criança. Do teu altruísmo, da tua bondade, da tua prestabilidade. Das tuas inseguranças. Do teu feminismo no sexo. Dos teus olhos doces, dos teus lábios que pedem beijos, da tua barba, do teu cabelo despenteado, das tuas bochechas, das tuas “mãos de gaja”. Dos teus abraços, do teu pousar a cabeça no meu ombro, dos teus beijos - na boca, nas bochechas, no nariz ou na testa, do dormir nos teus braços. Ou tu nos meus. Do teu ressonar. Do teu gesto de me aquecer os pés que estão tão frios que me perguntas se estou morta. De gozares comigo quando apareço bem vestida à tua frente, de chamares "kimono" ao meu vestido preto de renda, de gozares com a minha terminologia de "calções de inverno" e "calções de verão". De me tapares os olhos quando estamos a ver um filme. De me dizeres "logo à noite levas umas palmadas" e, após o meu olhar de vê-lá-se-quem-não-leva-uma-lambada-és-tu, te rires e perguntares se não gosto das 50 Sombras de Grey, apesar de já saberes que não. De te olhares ao espelho e dizeres "puro gato". Da tua cara de menino traquina apanhado com a mão na caixa das bolachas. De cantares as músicas da praxe, do Sporting, dos desenhos animados da nossa infância ou aquelas músicas ordinárias que se cantava na escola primária.

Gosto de ti como gostava que gostasses de mim: por completo.
Gosto de ti, e então?

M.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Sinto a tua falta.


Sinto a tua falta. Sinto falta de tudo o que a nossa “não relação” tinha para nos dar. Sinto falta do teu cheiro. Sinto falta das vezes em que me agarravas na cintura e me puxavas para perto de ti. Sinto falta das nossas brincadeiras, dos amuos parvos e dos beijos inesperados. Sinto falta de me sentir protegida. Sinto falta de como, perto ou longe, tu percebias que eu não estava bem, de fazeres sempre algo para me reconfortar, quer fosse dando-me um beijinho na testa ou dizendo-me ao telefone “calma, não chores”. Sinto falta do calor dos teus abraços. Sinto falta da tua preocupação para comigo. Sinto falta de ser a tua pequena, a “tua canuca”. Sinto falta de quando me agarravas no cabelo de forma carinhosa. Sinto falta dos teus atrofios constantes. Sinto falta de quando cantavas para mim. Sinto falta dos sussurros no ouvido. Sinto falta das noites passadas a dançar, das noites em que só tu me fazias suar. Sinto falta daquela vez em que só eu te consegui acalmar. Sinto falta dos nossos passeios e do cliché – para quem ainda o vê assim – das mãos dadas. Sinto falta de acordar e ter a tua mensagem. Sinto falta de chegar a casa e ir a correr para o quarto para ir falar contigo. Sinto falta de estar longe de ti durante dois minutos e te mandar uma mensagem a dizer que já tinha saudades. Sinto falta dos planos que fazia secretamente na minha cabeça. Sinto falta de estar sentada ao teu lado simplesmente a olhar-te nos olhos e apreciar a tua beleza, aquela que nem todos viam. Sinto falta do teu ar e jeito rebeldes. Sinto falta dos teus lábios a percorrer o meu pescoço. Sinto falta das nossas chamadas de horas – logo eu que nem gosto de falar ao telefone. Sinto falta de me sentir feliz como só me sentia quando estavas por perto. Sinto a tua falta… Sinto mesmo.

A.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Existes? Estás aí?


Quando era pequena, acreditava em ti. Acreditava na tua existência e que estávamos destinados a ficar juntos, em todas as nossas vidas, gerações após gerações. Acreditava que nos encontraríamos sempre e que saberíamos logo o que éramos um para o outro. Acreditava na felicidade, no “felizes para sempre”, nos contos de fadas, no casamento, nas almas gémeas. E acreditava que todos os caminhos iriam dar a ti e a todas essas coisas com que enchia a cabeça nos filmes da Disney e nos livros de princesas.
Hoje, não. Acredito que a vida é para ser vivida individualmente. Acredito que quando morremos, morremos e pronto. E por isso temos de deixar a nossa marca no mundo. Não acredito no destino nem acredito que todos temos o que merecemos. Acredito que a felicidade é um estado momentâneo e não perpétuo. Não acredito num contrato entre duas pessoas que as obriga a ficar juntas para o resto da sua vida, com base no seu amor. O amor é uma ilusão – uma mistura de hormonas que desliga a parte crítica do nosso cérebro em relação à pessoa amada.
Cresci cínica, à força. Mas preciso de ti mais do que nunca. O momento é agora. Preciso que chegues e que me arrebates e que me faças acreditar de novo. Preciso que me mostres que amar pode ser agradável, que amar não tem que doer, que para amarmos não precisamos de nos anular.

Podes fazer isso?

M.

sábado, 22 de agosto de 2015

Be positive and you’ll be happy



De que te vale a vida se não acreditas em nada? Se não acreditas que pode haver amor? Se não acreditas na generosidade? Se não és optimista?
As coisas acontecem quando menos esperas por elas. Eu não acreditava nisso… Sinceramente há aspectos que ainda não me fizeram sentido, mas… Mas as coisas mudam. As coisas acontecem. Não dá para ser neutra quando toca ao optimismo que devias depositar nas coisas e não depositas… Quando as coisas não estiverem a acontecer como querias que acontecessem, deixa-te levar. Não te prendas ao passado e deixa o futuro guiar-te. Destino não é coincidência e a vida é uma autêntica sucessão de momentos. Tudo acontece por uma razão e embora aches que esta frase é um enorme clichê é, sem dúvida nenhuma, uma enorme verdade.
Be positive and you’ll be happy.

A.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Quero-te, porra!


Tantas vezes o dissemos - "quero-te" combina connosco.
Foram sempre "quero-te's" calmos, afirmações do que já sabíamos, clímax de desejos proferidos entre nós.
Mas não é assim que te quero. Não te quero com a calma de quem quer o que já tem. Não te quero como me queres. Não te quero como quem quer após um orgasmo, com a oxitocina a correr pelo seu corpo e a fazer o seu trabalho. Quero-te, porra!
Quero-te aqui, comigo, na minha casa, sozinhos. Quero que me batas à porta, entres e me encostes à parede. Qualquer parede. Quero que me beijes como só tu me beijas e me toques como só tu me tocas. E quero que te entregues. Que te entregues a mim como nunca te entregaste.
Quero-te, porra! Quero-te tanto... Quero-te com a brutalidade de quem odeia e com o carinho de quem ama. Quero-te com alma. E com corpo. Quero-te como se quer o que não se pode ter. Quero-te como só eu te posso querer. Quero-te como quero que me queiras.

Quero-te, porra!

M.

domingo, 16 de agosto de 2015

Valoriza-me. É pedir muito?


Ultimamente já não me valorizo enquanto pessoa, enquanto mulher… Sabes? Às vezes só gostava de ter um ombro onde apoiar a cabeça quando o dia de trabalho me corresse mal. Às vezes só gostava de ter alguém a quem bagunçar o cabelo todo. Às vezes só gostava de ter alguém para brigar e ver essas pequenas brigas a acabar na cama, no meio de beijos e abraços. Às vezes só gostava de ter alguém que me chamasse de “princesa” – mas só às vezes. Às vezes só gostava de ter alguém que visse que eu estava lá, que soubesse que podia contar comigo não só como amante (não no mau sentido, atenção) mas também como amiga, como companheira para a vida. Às vezes só gostava de ter aquele alguém que fosse o meu melhor amigo. Às vezes só queria alguém que me quisesse mais do que “só às vezes”. Só queria alguém que conseguisse fazer com que eu me auto-valorizasse novamente.
Valoriza-me. É pedir muito?

A.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Sabes como é?


Sabes como é?
Estar rodeado/a de pessoas e mesmo assim sentires-te sozinha/o?
Quereres seguir em frente mas teres sempre alguém que te prende e te impede de esquecer o que quer que seja?
Sabes como é?
Estar a um passo da felicidade mas nunca a encontrar?
Quereres assumir o controle da tua vida, quando tudo depende dos outros?
Sabes como é?
Quando descobres que tudo aquilo em que sempre acreditaste é uma treta?
Quando começas a duvidar da tua capacidade de amar novamente?
Quando deixas que o cinismo leve o melhor de ti?
Sabes como é?
Tudo o que queria era amar e ser amada. Tudo o que te pedi foi reciprocidade. Só te pedi o que te dava de livre e espontânea vontade... Mas nunca mo deste e eu cansei-me de viver assim: sozinha, a desejar o que não tive, agarrada ao que não tenho.

Sabes como é?

M.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Desliga-te do passado

Parece que a C. se rendeu ao nosso blog e não hesitou em enviar um novo texto. Que tal? :)


Quantas vezes vais ficar a pensar no passado e esquecer de viver o presente? Quantas vezes vais deixar escapar a oportunidade de seres feliz? Vais ficar a lutar por um passado que não tem futuro até quando? Bem, acho que já está na hora de começares a viver o presente. O passado não importa, o que importa é o agora, é o hoje até porque o ontem já passou. A única coisa para que serve o passado é para lembrar o que aprendeste. Usamos sempre o passado como desculpa para não "entrar" em algo novo na nossa vida (tipo "o meu último relacionamento foi complicado"). Todos temos os nossos fantasmas, as nossas dores, as nossas cicatrizes, mas não é por isso que temos deixar de viver a vida. Porque não deixar isso tudo de lado e dar uma oportunidade a nós próprios de sermos felizes?
Um dia vais encontrar alguém… alguém que te aceite como és, que te ligue a meio do dia só para saber como estás, que te faça sorrir depois de uma discussão, que mesmo com olheiras te diga que és linda, que faça todos os dias valerem a pena. E quando encontrares esse alguém vais perceber que não existe mais lugar no mundo melhor que o beijo e o abraço dessa pessoa, mas para isso tens deixar acontecer.
"É a pessoa certa no momento errado" mas se é a pessoa certa, então claramente não existe momento errado.
Pensa no presente e dá uma oportunidade ao futuro.

C.

sábado, 8 de agosto de 2015

Voltas a aquecer-me?


Se eu te pedir para ficar, fica. Se eu te pedir para esperar, espera. Mas se eu te pedir para ires embora, questiona.
Sabes quando tudo o que querias era manter aquela pessoa do teu lado e mesmo assim ela decide ir embora? Aconteceu e foi isso que me fez desistir. Hoje tenho o pé atrás. Hoje tenho medo de voltar a arriscar. Fiz planos que nunca antes tinha feito e foram todos destruídos desde que te foste embora.
O medo e a incerteza perseguem-te, eu sei, mas dá uma oportunidade ao que o teu coração sente. Mereces ser feliz mesmo com a merda toda que já te aconteceu. E eu também merecia mas hoje estou fria… Voltas a aquecer-me no calor do teu abraço?

A.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Nunca te menti

Hoje partilhamos mais um texto enviado por uma seguidora. Obrigada, C., por nos dares a conhecer um pedacinho do que escreves. 


Sabes, quando disse que sem ti não era nada, não mentia. Quando disse que precisava de ti, não mentia. Nunca te menti! Nunca fui falsa contigo! Se calhar por isso é que o fim chegou. Se calhar preferias que dissesse só o que querias ouvir. Se calhar querias que eu fosse a narradora de uma história, onde tu me enchias de ilusões e esperanças. Mas fui apenas a amiga da personagem principal, sim porque os amigos não dizem só coisas bonitas e eu sempre quis o melhor para ti, apesar de não concordar muitas vezes contigo, sempre te apoiei porque apesar de tudo tinha imenso respeito por ti. Sempre estiveste aqui para mim, disso não me posso queixar, umas vezes melhor, outras pior, mas estiveste. Por isso, continuo sem perceber o porquê de estar aqui assim, sem ti, perdida! Desligas-te de nós! Tentarei arranjar alguém que ocupe o teu lugar porque preciso mesmo daquele pedaço preenchido, mas não vou conseguir, porque ele pertence a ti, a ti e a mais ninguém. Mas eu preciso mesmo de ti, tenho saudades tuas, nossas!

C.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Carta aos amigos que perdi


Todos nós perdemos amigos à medida que o tempo passa. Alguns porque seguimos caminhos diferentes que não se voltam a encontrar; outros por zangas e desacordos que não permitiram que a amizade continuasse; e, por fim, aqueles que nos afastaram da sua vida por se terem comprometido com alguém. É para estes que falo hoje.
Se te afastaste de mim por teres uma relação amorosa, se deixaste de te sentir bem em estar comigo enquanto tens namorada, então tenho a dizer-te que nunca foste realmente meu amigo. Amigos verdadeiros não se afastam. Não digo que os amigos devam estar acima do/a namorado/a na lista das prioridades. Devem estar no mesmo patamar.
Mas também te digo: quando a relação acabar (e vai acabar, porque nada é para sempre), tu vais estar de rastos, e não é a pessoa com quem te comprometeste e por quem te afastaste dos teus amigos que lá vai estar.
E agora podes não dar importância, podes pensar que tenho mais amigos e um a menos não faz diferença. Podes pensar que vou acabar por esquecer, que é algo que apenas me faz comichão. Mas quando te fizerem o mesmo vais entender: dói ser "jogado fora". As pessoas não são descartáveis, mas foi assim que me trataste.
Por isso, a todos os amigos que perdi por se terem comprometido com alguém, só espero que, quando voltarem e se arrependerem, eu ainda cá esteja.
Mas olhem que eu não espero para sempre.
E muito menos por quem me descartou.

M.

domingo, 2 de agosto de 2015

Cansada


Estou cansada. Cansada que a vida teime em fazer-me dar dois passos para trás quando acabei de dar um para a frente. Cansada que nada corra exactamente como quero ou planeei. Cansada que me digam “eu avisei” e, pior, cansada de saber que essas pessoas têm razão. Estou cansada de querer sempre o impossível e inatingível. Cansada de esperar que as coisas comecem a correr bem. Porque quem espera, desespera e desesperada já eu estou.
Só me pedem para ter paciência, que tudo se vai compor e isto e aquilo mas ainda não vi nada. Cansa esperar tanto…
Estou cansada que as memórias me atormentem. Cansada que não me dêem o devido valor. Porque eu acho que mereço mais… Cansada de não ter ninguém a quem chamar de “meu amor” ou um peito onde possa apoiar a cabeça depois de um dia mau. Estou cansada das pessoas que vêm, permanecem durante algum (pouco) tempo e depois vão embora como se a sua ausência não me fosse fazer mal.
Quero sentimentos recíprocos e duradouros. Quero sentimentos verdadeiros na minha vida. Como já disse numa das outras vezes que escrevi, perdas são inevitáveis mas já chega, não? Estou cansada de só perder.

A.