segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

De uma mulher que dormiu com homens com namorada



Especialmente para as namoradas dos homens com quem dormi.

Não sei como falar contigo. Sei que provavelmente me odeias e me vês como alguém diferente de ti. Possivelmente ver-me-ás até como inferior.
Sei que não queres desculpas para tentar explicar que o que aconteceu não foi culpa minha. Não tas vou dar. Mas vou-te dar algo para pensar.
São precisos dois para dançar o tango. Se algo aconteceu, ele permitiu e participou. Eu não sou uma bruxa que anda por aí a fazer feitiços para encantar os homens comprometidos. Sou uma mulher, com sentimentos, emoções, desejos, necessidades, como tu.
Não te peço desculpa. Não era eu quem tinha um compromisso e o quebrou, por alguma razão, seja ela qual for. Não fui eu que te traí. Eu fui apenas a pessoa com quem ele te traiu. Não lhe apontei uma arma à cabeça nem andei a mendigar amor, ou sexo, ou atenção. Eu não mendigo. Ele veio de livre e espontânea vontade.
Sei que isto te revoltará. Mas já estive desse lado. Sei que é mau. Sei que te faz questionar se serás suficiente para alguém. E sei que só comecei a viver tranquilamente quando cheguei à conclusão de que a culpa não é da outra. É dele.
Diz o que quiseres. Chama-me o que te aprouver. Mas fica sabendo que estou de consciência tranquila.

R. D.

domingo, 6 de novembro de 2016

As Minhas Saudades Tuas


Nem sei por onde começar. Só sei que sinto a tua falta.
Dou por mim constantemente a pensar quando é que me vais convidar para sair, de novo, como convidavas todas as semanas antes de nos termos envolvido.
Tenho saudades de quando era descomplicado contigo. Era uma das coisas que mais gostava em ti e na nossa amizade - não havia complicações e eras uma das pessoas mais acessíveis que conhecia. Sinto falta da altura em que bastava uma mensagem para estares comigo. Sinto falta da tua atenção e do teu carinho.
Mas, por alguma razão, depois de nos termos envolvido, tudo mudou. Não sei porquê, mas afastaste-te. De forma abismal. E isso magoou-me igualmente.
Tudo o que eu queria era voltar à nossa amizade de antes. À nossa amizade acessível, disponível e descomplicada. Mas tudo o que fizeste foi deixar-me com essas memórias e saudades. Essas memórias e saudades que não deixam de me assombrar.

R. D.

domingo, 30 de outubro de 2016

As incertezas que me deixaste


Eu nunca fui mulher suficiente para ti, pois não? Eu nunca fui fisicamente atraente o suficiente para te deixar satisfeito, para que pudesses orgulhosamente apresentar-me aos teus amigos, pois não? Porque, sejamos sinceros, isso era a única coisa que importava, tudo o resto não valia nada para ti. Foi por isso que nunca me quiseste reconhecer como namorada, eu sei, não precisas dizer o contrário, as mentiras não vão atenuar esta revolta que sinto, não contigo mas comigo, por ter sido parva tanto tempo e ter mantido uma relação que me matava por dentro com todas as incertezas.
Meu querido, só te posso dizer uma coisa, hoje estou feliz com quem estou. Vamos devagar, é verdade, mas pelo menos eu e ele caminhamos esta estrada juntos, algo que nunca aconteceu contigo. Só espero que sejas feliz a viver de aparências com a pessoa com quem estás.
Infelizmente para mim muitas marcas do passado e muitas incertezas ficaram, deixadas pelo tempo que estive contigo. Muitas vezes me pergunto se serei mulher suficiente para o homem com quem estou, se serei bonita o suficiente para ele, se ele realmente me ama... Mas depois penso que se ele está comigo, se me apresentou à sua família e aos seus amigos é porque gosta de mim e não tem vergonha de ter uma namorada baixinha e gordinha, se ele sorri para mim da forma que ele sorri com os olhos brilhantes é porque está feliz comigo, então todas as minhas incertezas são esquecidas, ainda que por breves momentos, todas as incertezas que me deixaste.


T.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Será que sabes?



Sabes, escrevo sem pretensão. Não sei se algum dia o vais ler, não espero resposta mesmo que tal aconteça, escrevo porque a alma me pede, porque a alma me chora as lágrimas que me deixaste secar, será que aquelas que me correm o rosto sem motivo seriam tuas?
Eu e tu fomos Romeu e Julieta, tragédia para mim que me deixei morrer mais um pouco para manter em mim vivo o sentimento e, para ti, que mataste o sentimento para viver com o coração vazio.
Será que tu sabes que és alvo de inveja de mulheres que nunca te conheceram, nunca te viram? Que por mais que tenham tentado tocar-me o corpo, tu foste a ultima que me tocou o coração?
Porque eu sou assim, eterno sonhador...Fiz o teu sonho acontecer sabes? Aquele emprego que procuravas?
Pelo caminho perdi-me do meu, que eras tu...
Perdi-me do meu, que era eu, contigo, que era eu quando estava contigo, que fui eu o melhor de mim, por ti e para ti...
Não te guardo rancor, não pela chamada que não chegou á minha cama de hospital, não pela visita que não aconteceu enquanto passei sozinho o natal.
Guardo mágoa de mim, por ter esperado isso de ti. Por mesmo depois de terminar eu ter continuado a lutar...
Sabes que ainda continuo a lutar? Por aquele sorriso caloroso que deixaste em mim?
Sim, continuo...luto para tornar tudo o que foi teu em mim, meu! Ser o melhor de mim sem ti...
Sabes que sou orgulhoso, o que dá mais significado dizer-te que me doeu, admitir que foi meia-verdade quando te disse que te superei mas não te esqueci.
Não te tinha superado, nem de perto nem de longe... Até que entendi, não há amor na superação, há sim amor na aceitação.
E aí eu te aceitei tal como tu és. Aceitei-me a mim tal como eu sou.
Aceitei que se não deste mais de ti nunca foste minha e que se eu te dei demasiado de mim então não fui verdadeiramente eu.
O amor não é cego, o amor é inebriante...E tal como o álcool, deixaste o teu primeiro toldar-te a visão para não voltares a ver.
Eu deixei-me inebriar, embriaguei-me em ti! A ressaca foi pesada, jurei não voltar a beber...
Mas a vida sabe bem com um bom copo de vinho...Qualquer um sabe abrir uma garrafa, eu quero plantar uma vinha inteira!

Porque eu tenho sede...Sede de viver, sede de amar, sede de a mim voltar...

D. F.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Voltaste-me


Disse que não te voltava a escrever. Disse que te tinha, finalmente, esquecido. Disse que não te queria ver mais. Disse que não te ia procurar mais.
Mas falhei. Vacilei. Caí.
Escrevo-te de novo. Não consigo pensar em mais nada para além de ti. Não te esqueci. Tudo o que quero é ver-te de novo. Apreciar-te. Sentir o teu sorriso. E sentir-te junto a mim.
Procurei-te. Procurei-te noutros. Nunca parei de te procurar. Nunca deixei de procurar o que tínhamos e tento tê-lo com outras pessoas.
Errei. (Des)iludi-me. Porque os outros não são tu. Nunca serão tu.
Prometi esquecer-te, prometi não voltar a escrever-te, prometi não voltar a ver-te. Mas ambos sabemos como não te consigo negar nada.
Ambos sabemos que és o meu ponto fraco, o meu calcanhar de Aquiles.

E hoje voltaste-me.

R. D.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Foi o fim.


Já te sentiste tão sozinha mesmo estando rodeada de gente? Era assim que me sentia há uns tempos, quando escolhi escrever para ti. Escrevia para me sentir mais próxima de ti, escrevia para me libertar de tudo o que sentia e não queria sentir. Sentia-me distante estando sentada do teu lado e não era isso que merecia.
Fizeste-me tão bem durante tanto tempo, mas no fim só me causavas dor. Nunca gostei do “vai e volta” a que me habituei por te querer mais a ti do que a mim mesma, mas percebi que precisava de te deixar partir para não me sentir tão sozinha. Parece contraditório mas tem um fundo de razão.
Hoje sinto-me mais próxima de ti, hoje sinto-me bem estando na tua presença. Sinto que há carinho, há responsabilidade – um carinho e uma responsabilidade boa, sabes? Acho que a distância me (nos) fez bem. Hoje conseguimos manter uma relação saudável, sem choros noturnos nem lamúrias.
Sei que foi o nosso fim, mas já não me sinto sozinha na tua presença.
A.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

A carta que nunca te enviei III


Hoje despeço-me de ti. A derradeira despedida ao fim destes seis anos de encontros e desencontros, alegrias e tristezas, despedidas e reencontros.
Tornei-me fria, com o tempo. O sofrimento, a desilusão e a solidão fazem isso às pessoas. Por isso, não te consegui dizer o que tinha aqui guardado quando te despediste de mim. Não te consegui dizer que também gosto muito de ti, que também espero que sejas feliz e que também te agradeço.
Parte de mim deseja que fiques. Parte de mim sente a tua falta e é a mesma parte que te quer comigo. Porque parte de mim não te esqueceu, apesar de toda eu querer acreditar que sim.
Foste o melhor. E sei que não vou encontrar mais ninguém que me faça sentir como me fizeste sentir. Como me fazias sentir. Porque, sério ou não, completo ou não, foste o amor da minha vida. E não me arrependo de nada que tivesse a ver contigo.
Então, adeus. Espero que sejas feliz. E mais importante que isso: espero que te encontres.

Com saudade,

M.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Carta a ti, que me desiludiste.




Querido "tu", que me desiludiste,
Não te queria escrever uma carta porque tinha prometido fazê-lo apenas ao grande amor da minha vida e como é óbvio, não o és – podias até ter sido, mas abandonaste esse papel ainda antes de o teres agarrado definitivamente. Decidi escrever-te na mesma porque… sei lá, acho que ainda te respeito e merecias isto.
Desiludiste-me imenso. Não, isto não é o típico cliché de quem é deixada numa relação. É verdade. Desilusão passou a ser a palavra que te define na minha cabeça depois de saber de tudo o que aconteceu. Não vou entrar em detalhes porque a nossa relação só a nós nos dizia respeito, mas garanto-te que merecias ser envergonhado e enxovalhado à força toda. (Desculpa, a raiva falou mais alto).
Não vou dizer que não passei bons momentos contigo. Estaria a mentir se o fizesse. No fundo, acho que isso é a única coisa que tenho a agradecer-te ao longo destes dois meses, porque sim, fizeste-me sentir coisas que já não sentia há imenso tempo. No entanto, não te perdoo por me teres abandonado. Não te perdoo pelo tempo que me pediste quando dizias continuar a gostar de mim. Não te perdoo por não teres corrido atrás de mim quando viste que a tua “nova relação” te tinha trazido consequências negativas. Não te perdoo.
Tenho pena de ti. Agora tenho. Pela situação que estás a passar, por sentir a tua dor quase como se fosse minha – continuo burra, mas acredita que passa. Hás de te recompor, hás de sair dessa e espero que encontres o teu caminho, que não faças com mais ninguém aquilo que fizeste comigo, porque trocar-me por uma aventura foi uma das piores asneiras que podias ter feito.
Desejo-te felicidades e espero que tudo o que passámos de mau deixe de me atormentar.
Da tua ex,
A.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Bati no fundo


Desisto. Desisto de tentar ser feliz. Perdi a minha fé. Em tudo. Tudo me frustra, me stressa, me cansa. Tudo se junta na minha mente num aglomerado de emoções com as quais não consigo lidar. Principalmente porque não as consigo sentir. Não sinto nada. Estou apenas saturada.
O meu corpo já não é o meu. Já não tenho controle sobre ele.
Arrependo-me das vezes que me deixei invadir. Que deixei que invadissem o meu templo. Das mãos que me tocaram sem que eu quisesse. Quantos banhos tomei desde esse dia? Serão, alguma vez, suficientes?
A minha fé já não é minha. Foi-se. Desapareceu e fugiu sem deixar rasto. Escapou-me das mãos e não quis voltar.
Não tenho esperança no futuro. Não vou concretizar os meus sonhos, não me vou sentir realizada. Não vou ter filhos. Não vou ter alguém com quem partilhar o resto da minha vida. Não vou ter o meu emprego de sonho.
Hoje bati no fundo. Afundei-me como um navio naufragado. E descobri o que acontece quando chegamos ao fundo: o peso da água impede-nos de subir à superfície - não nos levantamos.

M.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Estou "bem" assim.




Depois da minha última “não relação”, achei que devia dar um tempo. Achei que não me envolver com ninguém era o melhor que tinha a fazer. Por vezes os momentos de carência tinham tendência a ser mais fortes e, infelizmente, não os podia evitar. Estava sozinha mas não queria estar. Uns tempos depois já queria e precisava do meu espaço (só meu!) de novo. Até que tu apareceste. Meio vindo do nada começaste com sorrisos que de algum modo mexiam comigo. Não dei importância porque queria estar sozinha. Estar sem ninguém até podia ser bom. Mas aí começaram as conversas a acompanhar os sorrisos… Onde é que eu me estava a meter? Não me queria deixar envolver, estava bem sozinha!
Não era justo envolver-me com alguém sem querer, sem ter vontade ou sem nutrir o mesmo sentimento que a pessoa tinha por mim. Pelo menos na minha cabeça não era… Mas aconteceu. Deixei-me levar. Acreditei que me estava a ser dada uma nova oportunidade de ser feliz ao lado de outra pessoa e essa pessoa eras tu. Acreditei. Acreditei mesmo. Mas percebi que, mais uma vez, mais valia não me ter deixado levar. Foste mais um erro na minha vida e no fim fui só eu que sofri.
A partir de agora o “tempo” que disse que precisava depois da minha última “não-relação” é o tempo que preciso depois da minha última relação. Aquela que prometeste que ia durar e que não previas ter um fim. Hoje não quero mais ninguém, hoje sei que estou e vou continuar melhor sozinha. Estou “bem” assim. E a carência? A carência que se lixe!
A.

domingo, 15 de maio de 2016

Vemo-nos por aí.




Eras a minha única certeza. Não eras o melhor da minha vida mas eras o melhor de mim neste momento. Numa fracção de segundo perdi-te. Estava tão ligada a ti e nem tinha dado conta… Não sabia mesmo.
Fazes-me falta. Faz-me falta falar contigo todos os dias. Faz-me falta ter o aconchego do teu colo depois do trabalho. Faz-me falta o teu beijo, os encontros inesperados nos corredores. Faz-me falta sentir-me amada e valorizada.
Não corro atrás de ninguém mas tenho pena que nos tenhamos perdido no início da caminhada. Talvez nos voltemos a encontrar a meio da mesma, mas até lá…
Vemo-nos por aí.
A.