quinta-feira, 30 de julho de 2015

Seguir em frente


Seguir em frente pode ser difícil. Implica um fim, implica desapegarmo-nos de alguém a quem já estivemos presos tempo demais. E isso custa. Custa voltar à nossa vida sem aquela pessoa. Custa verificar o telemóvel de hora a hora e não ter uma mensagem dele/a.
Mas é apenas uma questão de tempo.
Para se seguir em frente, é preciso sofrer a perda, primeiro. É preciso fazer o luto pela relação que morreu. É preciso sentir a dor e não abstrair-se dela.
Só depois estás preparado/a para seguires em frente.
O “seguir em frente” pode significar várias coisas e corresponder a várias atitudes: pode ser esqueceres o sentimento que tinhas pela outra pessoa e resistires às suas tentativas de voltar para a relação de onde saíste, estando sozinha/o; pode ser conheceres novas pessoas e abrires-te à possibilidade de uma nova relação, mais saudável; ou também pode ser apenas desfrutares da tua vida de solteira/o.
Independentemente da forma que escolheres para seguir em frente, a dor vai passar. A solidão, o sofrimento, a ansiedade, o luto vão acabar. E vais ficar melhor.
Dá tempo ao tempo. Hoje sofres, amanhã segues em frente. Não te deixes prender a ninguém. Não te deixes permanecer no purgatório do amor.

Segue em frente. Todos temos o direito a ser feliz.

M.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Só te quero a ti


Quero-te a ti. Sim, tu! Tu que me vais acompanhar e que me vais dar apoio quando eu estiver mal. Tu que me vais ajudar a levantar quando eu cair. Tu que me vais dar a mão quando estivermos a passear no meio de centenas de pessoas na rua. Tu que vais rir-te de mim quando eu tropeçar na rua e ficar super envergonhada – sim, porque faz parte. Tu que me vais levar o pequeno-almoço à cama pelo menos uma vez. Tu que vais ficar atrapalhado quando tentares fazer o jantar e deixares a cozinha virada de pernas para o ar. Tu que vais discutir comigo quando eu me esquecer de algo no supermercado mas logo a seguir me vais dar um beijo e pedir desculpas. Tu que vais ser sobretudo um amigo. Tu que vais sair de casa às três da manhã à procura de pipocas quando eu estiver grávida e tiver desejos. Tu que vais abrir a pista de dança do nosso casamento com uma flashmob surpresa. Tu que vais chorar quando me vires entrar na igreja vestida de noiva. Tu que vais olhar para mim de uma forma ternurenta e vais pensar “bolas, finalmente ela é minha!”. Tu que não és perfeito – porque ninguém o é – mas que aos meus olhos ficarás livre de defeitos.
Não quero um homem perfeito, quero o homem ideal. Onde estás? Será que existes? Só te quero a ti.

A.

domingo, 26 de julho de 2015

Obrigada por me teres feito cair


Não consigo imaginar quantas vezes já disse a mim mesma que não te deixava voltar mais. Sempre que te ias embora, fazia-o. E sempre que voltavas, deixava-te entrar na minha vida de novo, dava-te tudo o que querias de mim, entregava-me a ti de corpo e alma. Mas, sabes?, sabia sempre que te irias embora de novo, mais cedo ou mais tarde; sempre tive isso bem presente na minha mente.
Todos me diziam “não sabes o futuro” quando previa as tuas acções antes de tu sequer as pensares. Mas quando a história é sempre a mesma, já se sabe como vai acabar. E a nossa história passa a vida a repetir-se.
A verdade é que sempre gostei de ver os mesmos filmes várias vezes, ler os mesmos livros repetidamente. Há sempre algo que me escapou das outras vezes. Mas, aqui, a única coisa que me escapa és tu. E, desta vez, quem vai escapar sou eu.
Sim, sei que já o disse várias vezes e acabava sempre por te deixar voltar. Desta vez pode ser igual, mas a verdade é que nunca estive tão determinada. E sabes porquê? Sabes o que me alimentou esta determinação? Tu. Bati no fundo, desta vez. Sofri como nunca tinha sofrido contigo. Cansaste-me. Fizeste-me questionar o meu valor, fizeste-me questionar o meu papel neste mundo. E fizeste-me ver que, no final de contas, quem esteve presente fui eu, ao contrário do que sempre pensei. Fizeste-me perceber que quem não tem valor és tu. És tu que não me mereces. E eu não perco tempo com quem não perde o seu comigo.
Se custa? Oh, se custa. Olhar para trás e ver o que em cinco anos estive demasiado cega para ver. Se não sinto a tua falta? Oh, se sinto. E, ao contrário de ti, o que eu sinto mais falta não é do sexo (a única esfera da tua vida onde me querias) – é das noites em que dormíamos juntos, que faziam com que todo o sofrimento quase valesse a pena.
Mas, a longo prazo, custará mais e sentirei mais a tua falta se voltar a cair no erro de te aceitar de volta e deixar que me arrastes para as mesmas situações que me fizeram bater no fundo.

Por isso, adeus e obrigada. Por me teres tornado na mulher que sou hoje. Afinal de contas, nunca ninguém me enganou tão bem quanto tu e, graças a ti, mais ninguém o conseguirá fazer.

M.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

No passado

Mais uma vez trazemos o texto de uma seguidora, já conhecida aqui pelo blog. Obrigada, T, por nos dares a conhecer mais um dos teus textos :)


No passado ficaste e de lá não voltaste. Foi assim que ambos quisemos, tu mais cedo que eu, mas agora vejo que foi a melhor opção. Sabes? É que nós somos incompatíveis, tu e eu. Tu queres sexo e experiência e eu quero alguém que goste de mim a sério e que me compreenda, é que eu não vivo só de sexo e tu ainda não queres crescer. Apesar de achares que já és homem, a verdade é que não passas de um menino que atingiu a maioridade e disso está o mundo cheio. O que eu quero é um homem de verdade que não tenha medo nem vergonha de me dar a mão em público, de me beijar ao pé dos amigos, de me dizer que me ama e não que gosta muito de mim. É que os "gosto muito de ti" já eu ouvi muitas vezes, agora os "amo-te" ficavam sempre para a intimidade, como se não quisesses que fosse verdade, como acabaram por se revelar.
Estamos tão bem assim, tu lá e eu cá, cada um no seu canto, cada um no seu mundo. Tu no mundo da fantasia e da ilusão onde tudo é fácil e simples, e eu, digamos que, no mundo real onde as pessoas nem sempre são aquilo que parecem e onde a vida é uma constante luta. Meu querido, se fosse para ser fácil não tinha o mesmo sabor, mas tu preferes tutti-frutti, desuso, pela forma como andas de "gaija em gaija". Fazes bem... Levas uma vida boa, és jovem e bonito. Já eu posso dizer que não é tão fácil assim e mesmo que quisesse ser fácil não conseguia, não é da minha pessoa.
Por isso te digo obrigada! Obrigada por teres saltado borda fora daquilo que era a nossa relação. Obrigada! Só te peço uma coisa, não voltes, porque se não for para ser a sério prefiro que não seja nada. Por isso fica no passado.

T.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Carta para alguém especial


Podem passar os anos que passarem mas sei que amizades como a tua não se perdem. Sabes porquê? Porque fomos feitos para sermos amigos para a vida e ambos sabemos disso.
Não demorei muito a confiar em ti. Não sei, foi fácil; inspiravas-me uma confiança e uma tranquilidade sem igual e falar contigo tornava os meus dias mais leves e completos. Quando não falava era como se faltasse algo. O meu objectivo era conhecer-te melhor do que ninguém, era que tu confiasses em mim da mesma maneira que eu confiava em ti. A verdade é que, de certo modo, isso aconteceu. E prolonga-se até hoje.
Posso não falar contigo a toda a hora, posso não te ver há meses, posso até não estar tão presente quanto deveria mas acredita que nunca me vou esquecer da cumplicidade que criámos, nunca me vou esquecer da forma como lias aquele poema para mim nas aulas de português, nunca me vou esquecer das músicas que me mostraste, nunca me vou esquecer das vezes em que me ias levar a casa e conduzias com a maior segurança do mundo, não me vou esquecer da tua paixão por fotografia e por motas, nunca me vou esquecer de como só jogavas basket nos intervalos se eu fosse da tua equipa, nunca me vou esquecer das trocas que fizemos naquele ano, nunca me vou esquecer dos abraços que me davas sem motivo nem das explicações de psicologia antes dos testes. Nunca me vou esquecer da palavra que fiz com que caracterizasse a tua vida: “brutal”.
Não me vou esquecer de ti porque és uma pessoa especial e és o meu parceiro para a vida. E é isso mesmo: és o meu parceiro e sei que podemos não estar sempre juntos, mas amizades como a tua não se perdem. Obrigada por tudo!
Da tua parceira para a vida.

A.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Apaixona-te por alguém que...




Apaixona-te por alguém que te valorize. Que te respeite. Que te considere uma prioridade.
Apaixona-te por alguém que te faça bem. Que te faça sorrir. Que te faça feliz. Que te tranquilize nos teus piores momentos.
Apaixona-te por alguém que não te largue por nada. Que durma agarrado a ti. Que pense em ti às três da tarde e às três da manhã.
Apaixona-te por alguém que esteja presente. Nos bons e nos maus momentos e não só quando convém. Porque sim. Porque quer.
Apaixona-te por alguém que te beije as feridas. Que lide com os teus demónios. Que fique mesmo quando estás no teu pior e que não te abandone.
Apaixona-te por alguém que te queira, que te adore, que te ame. E, sobretudo, que te mostre isso. Palavras não são tudo e, no que toca ao amor, as acções valem muito mais.
Apaixona-te por alguém que só te queira a ti e que não queira mais ninguém. Que não te troque. Que não brinque com os teus sentimentos. Que te escolha a ti, sempre.
Apaixona-te por alguém que te mereça.
Apaixona-te por alguém que valha a pena.

Apaixona-te por alguém que te mostre porque não resultou com mais ninguém.

M.

domingo, 19 de julho de 2015

Princesa define-se assim


Este texto é dedicado a todas as princesas que não sabem que o são, que não se consideram como tal. No fundo todas temos uma princesa dentro de nós. É, especialmente, dedicado também às princesas que estão na minha vida e que sabem bem quem são.

Princesa não desiste. Princesa luta pelo que sente e pelo que quer, mas se for preciso também luta contra tudo e contra todos para defender o que é mais importante para si. Princesa levanta a cabeça. Princesa também grita, também discute. Princesa também cansa – sim, porque nem as princesas são de ferro –, mas depois tem o dom de fazer tudo ficar bem. Princesa também é frágil, mas no entanto, quando tem que ser forte, vai buscar forças onde nem sequer sabe que elas existem, e depois? Depois aparece com a força de um furacão. Princesa nunca perde a dignidade. Princesa tem quase sempre razão, mas quando erra sabe assumir o erro e sabe dar o braço a torcer quando é preciso. Princesa é guerreira. Princesa também chora mas depois percebe que não vale a pena borrar a maquilhagem com coisas desnecessárias. Princesa cai mas levanta como rainha. Princesa quebra mas tem sempre pessoas que a ajudam a juntar todos os pedacinhos de novo. Princesa dá sempre a volta por cima. Princesa é delicada. Princesa está sempre lá para apoiar as amigas que precisam, mesmo quando não está bem. Princesa quer sempre o melhor para os outros e por vezes deixa o seu bem-estar para trás em prol disso. No entanto, as amigas sabem que a princesa é princesa pelas suas atitudes.
Princesa é das melhores pessoas que tu podes conhecer. Se tiveres uma princesa na tua vida, valoriza-a e guarda-a bem. Eu tenho a sorte de ter princesas assim na minha vida e não as troco por ninguém!

A.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Carta de uma mulher cansada de amar


Não vou recorrer ao cliché de dizer que és o sol da minha vida e que não era capaz de viver sem ti. Porque sou. Como tantas vezes fui obrigada a viver com a tua ausência.
Mas não foi fácil. Passava os dias a pensar em ti, sempre à espera de uma mensagem tua, a planear as palavras mordazes que te dirigiria quando decidisses vir falar comigo. Passava as noites com as nossas memórias, à espera da tua chamada, que nunca chegou. Nas noites em que saía, procurava-te nos rostos dos homens que me olhavam e procurava preencher este vazio que deixaste em mim com um deles.
Nunca resultou.
Então, fui obrigada a encarar a realidade: não estavas comigo. Fui obrigada a fazer o luto de um amor que não morreu. Porque nunca morre, pois não?
Mas, - sabes que mais? -, cansei. Cansei de esperar por ti, quando sempre estiveste no topo das minhas prioridades; cansei de ser a tua segunda opção, quando sempre foste a minha primeira.
Agora quem vem em primeiro lugar sou eu. E por mais difícil que seja, vou fazer o que já devia ter feito há muito tempo: vou-te recusar. Vou encerrar este ciclo de vez.
Porque para ti, estou sempre cá, à tua disposição. Sempre com um “sim” nos meus lábios, em vez dos “não’s” que merecias. E que eu merecia. Habituaste-te mal. E sabes porquê? Porque não és a última bolacha no pacote.

Sempre gostei mais de chocolate, anyway.

M.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Vai e volta nunca foi o meu forte - Parte 2


Sabes, vai e volta nunca foi o meu forte, nunca foi algo que me cativasse, mas confesso que em tempos a ideia de “volta” me estava literalmente a dar a volta à cabeça. Estava a interiorizá-la e queria torná-la real. Acontece que me deixei disso. Comecei a pensar com a cabeça e a lutar contra o coração, que me dizia «sim» quando a cabeça dizia «não». Lutei tanto que agora não gosto sequer de ouvir essa ideia. A ideia que em tempos mais me cativava… Não gosto porque custa, porque dói. Porque queria tudo igual e sei que não vai ser assim mesmo que volte.
Quero algo verdadeiro e sei que não será assim se este “vai e volta” continuar. Ou é ou não é. Ou ficas ou vais. Ou entras ou sais. Ou uma opção ou outra. Agora, as duas ao mesmo tempo não resulta. É desumano e faz-me mal. Vai e volta nunca foi mesmo o meu forte.

A.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Para a ex e futura dele


Sei que, provavelmente, me odeias. Afinal, envolvi-me com aquele de quem gostas e por quem farias qualquer coisa. Mas quero que saibas que o sentimento não é mútuo. Não te odeio. Pelo contrário – tenho pena.
Se calhar, ter pena de ti é pior do que odiar-te. Mas é o que sinto. Sei como ele faz sofrer as pessoas que o amam. Não intencionalmente, claro. Mas, sem querer, acaba por fazê-lo. E eu posso imaginar o que já sofreste e sofrerás com ele.
Posso imaginar porque também eu, mesmo sem termos namorado, sofri com ele. E o facto de não ter havido um compromisso entre nós fez-me sofrer mais do que se tivesse havido. Porque eu senti-o como uma relação séria, mas sem o direito a pedir mais, sem o direito a reclamar por me dar de menos.
Ganhaste. Ele percebeu o quanto gostas dele. Ele disse-me que tu eras a pessoa que mais tinha gostado dele. Não sabes o quanto me magoou aquele telefonema. Aquele maldito telefonema. Eu respondi-lhe “sabes lá tu... Sabes lá tu”. Também eu gostava – e gosto – muito dele. Sabia que me ia magoar na proporção do que sentia – e sinto – por ele. E doeu tanto... Espero que um dia ele tenha a percepção do que eu sinto por ele e do que perdeu comigo, como teve contigo.
Para concluir, e não me odeies mais do que já me odeias, sinto que não és a pessoa certa para ele. Não por problema teu – mas por falta dele. Acredito que a pessoa certa é aquela que nos faz feliz como nós a fazemos feliz. Acredito na reciprocidade. E ele, mesmo sem querer, não te fará feliz. Creio que ele não encontrou a pessoa certa, ainda. Ou, se encontrou, ainda não sabe.
Descansa. Também não sou eu. E ele sabe-o. Ele nunca me faria feliz, apesar de ser tudo aquilo que sempre quis.
De qualquer das formas, lembra-te: ganhaste. É a segunda vez que me troca por ti. Nunca entenderei as razões da escolha dele, mas não te odeio. Só te invejo. Por teres dele mais do que eu alguma vez tive. Por teres dele aquilo que sempre quis ter.


M.

sábado, 11 de julho de 2015

Nunca te pedi nada


Nunca te pedi nada. Nunca te pedi para seres o amor da minha vida. Nunca te pedi para me pores à frente do que quer que fosse na tua vida. Nunca te pedi beijos. Nunca te pedi carinhos. Nunca te pedi para seres quem, inevitavelmente, me daria o mundo. Nunca te pedi para teres pressa. Nunca te pedi para esqueceres quem te fez bem no passado. Nunca te pedi para me conheceres melhor do que ninguém. Nunca te pedi para seres o meu par. Nunca te pedi para andares do meu lado. Nunca te pedi para me apresentares orgulhosamente aos teus amigos. Nunca te pedi para me ensinares nada. Nunca te pedi para me levares à lua.
Nunca te pedi para me dares nada disto. Se alguma vez fizeste alguma coisa que consta nesta “lista” foi porque quiseste, foi porque te sentias bem a fazê-lo. Ou talvez não.
A única coisa que te pedi foi para não me iludires e para me dares o teu amor. E foi a única coisa que não fizeste…

A.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Deixa-me por favor


Deixa-me, por favor. Liberta-me. Liberta-te dos meus pensamentos.
Pára de me fazeres questionar tudo, de me fazeres questionar o meu valor enquanto pessoa, enquanto mulher, enquanto ser passível de ser amado... Pára de me fazeres questionar e pôr em causa o teu sentimento por mim.
Dá-me respostas. Dá-me, por favor. É só isso que te peço – respostas.
Diz-me o porquê... Porque é que puseste um fim a algo que não teve um início? E o pior é que nem um ponto final puseste, mas sim umas reticências.
Deixaste o nosso ciclo em aberto, para o podermos recomeçar quando quiser(es)mos. Porque tu sabes que o nosso espaço é para mim o que a água é para quem está a morrer de sede. E sabes que irei ter contigo sempre que me chamares, sempre que me quiseres.
Mas se não me queres... Se não me queres, deixa-me só. Deixa-me sozinha, sozinha com a minha solidão. Sozinha no meu mundo cinzento. Sozinha com o meu passado de memórias, com o meu presente adormecido e com o meu futuro incerto.
Um dia, alguém escreveu “se não era para ficar, porque é que vieste?”. De facto, porque é que vieste?
Não sei. Nem sei o que sentes por mim, ou sentiste. Sei que te gosto muito, como nunca gostei de ninguém. Sei que iria ao fim do mundo por ti, como nunca irias por mim. Sei que fiz tudo o que podia, mas que mesmo assim não foi suficiente.
Por isso, dá-me as minhas respostas.

E depois, dá-me a minha liberdade.

M.

terça-feira, 7 de julho de 2015

E agora? Como vou ultrapassar isto?


E agora? Como vou ultrapassar isto? Foi o fim. Acabou. Não há volta a dar. Sabemos que acabou. Para falar a verdade, eu sabia que este dia ia chegar. Se tive esperança que demorasse mais algum tempo? Sim, tive. Arrastei esta situação durante muito tempo, mas foi só isso. Não há volta a dar. A amizade permanece, mas agora é só isso: amizade. Uma amizade simples, sem benefícios, sem provocações, sem nada. Simples.
E agora? Como vou ultrapassar isto? Como vou olhar para a tua cara quando te vir? Sim, porque os amigos vêem-se e nós, com amigos em comum, provavelmente ver-nos-emos algum dia. Gostava de adivinhar qual seria a tua reacção quando isso acontecesse. Também gostava de saber como eu ia ficar, como ia reagir ao olhar para a tua cara e não te poder agarrar, beijar e fazer-te tudo o que fazia.
E agora? Como vou ultrapassar isto? Não sei. Não consigo responder a esta pergunta. Não sei como posso ser apenas amiga do amor da minha vida. Eu sei que não tens culpa, nem quero fazer-te sentir culpado disso. De nada do que aconteceu. Fui eu que me apaixonei, tu não me pediste para que isso acontecesse. Agora tenho que lidar com isto sozinha. Mas não te preocupes que eu vou ficar bem. Só preciso de tempo e espaço para colocar as ideias no lugar.
E agora? Como vou ultrapassar isto? Eu não sei. Só sei que, mais cedo ou mais tarde, eu fico bem.

A.

domingo, 5 de julho de 2015

Palavras para mim (e para ti também)


Sabes que estás mal quando a outra pessoa só te quer às vezes – durante anos. Podes enganar-te a ti própria/o, lembrando-te apenas das boas recordações e deixando que as más se dissipem nos labirintos da memória, dando mais importância às palavras que te agradam e fingindo não ver as que te desagradam.
Sabes que estás mal quando a outra pessoa te procura quando está comprometida – com a mulher/o homem por quem te trocou. Sabe bem, sim. Sabe bem ver que ele/ela não esqueceu o que tinham e podes até pensar que te está a escolher a ti, desta vez. Mas lá no fundo sabes que é mentira. A pessoa em questão não está a escolher ninguém para além dela própria.
Não te contentes com os “quero-te”, que tanto gostas de ouvir da parte dele/a. Querer é desejar, sexualmente. Nada mais. Procura os “gosto muito de ti”, os “adoro-te” ou mesmo os “amo-te”. Porque tu mereces isso. Não deixes que te façam sentir como se não o merecesses.
Não te contentes com o lugar de amante. Pode parecer poético, mas só o é na medida em que traz dor. Vai mais longe, conquista o lugar de “o tal” ou “a tal”. O único. A única.
Não te contentes com “às vezes”. A música é péssima, anyway. És um ser humano, não um objecto. Rejeita tudo o que não seja um “sempre”. Ou um “enquanto puder”. Porque promessas que não podem ser cumpridas não devem ser proferidas e sabemos que nada é para sempre.
São palavras para mim, sim. Para mim e para ti. Porque às vezes precisamos de aconselhar os outros para sabermos o que fazer connosco próprios.
Eu quero ser amada, não apenas desejada. Quero que a minha falta seja sentida, não apenas o meu toque. Quero ser a única mulher (e não, não é uma referência à música do Anselmo Ralph). Quero que me queiram sempre, não me contento com “Às vezes” (sim, é uma referência à música dos D.A.M.A).
Eu sei o que quero.

E tu? Sabes?

M.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Sempre quis


Sempre quis que voltasses atrás. Sempre quis. Sempre quis ser a tua escolhida. Sempre quis. Sempre quis ser o teu “eu nunca senti isso por ninguém”. Sempre quis. Secretamente eu queria-te para mim mesmo depois de tudo o que “não tínhamos” ter acabado. Foste a minha história mais bonita e mais verdadeira. Foste quem eu sempre quis, quem eu sempre sonhei. Eu sabia que eras tu assim que entrei naquele restaurante. Eu sabia que era contigo que eu queria partilhar uma parte – quem sabe toda – da minha vida. Eu sabia… No fim nada foi como eu sempre quis.
Como consegues fazer-me estar tão presa a ti até hoje, tanto tempo depois? Como consegues fazer-me ficar com as pernas a tremer cada vez que vejo que vens falar comigo ou que respondes a algo que eu te disse? Eu ainda sinto a tua falta, sabias? E não é pouca…
Gostava de te mostrar tudo aquilo que não viste em mim, aquilo que não tiveste tempo de conhecer. Modéstia à parte, perdeste muito do que te queria mostrar e dar. Mas não te podia obrigar a ficar. Não podia. Tanto não podia que te deixei partir e aquele foi, sem dúvida, um dos dias mais bonitos e mais duros da minha vida. O último abraço soube a perda e a dor prolonga-se até hoje, passados tantos meses. Porque é que partiste quando tudo o que eu queria era que ficasses?

A.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Recordações de Verão

Algum tempo se passou mas sempre que chega o verão tudo volta, os cheiros, os lugares, as cores, os sentimentos. Todas as recordações voltam. As boas, que não quero esquecer por nada mas que se esfumam da minha cabeça do mesmo modo que a areia nos foge por entre os dedos, e as más, aquelas que nunca me largaram.
Já tentei tirar-te do pensamento muitas vezes, tantas que já lhes perdi a conta, mas é inevitável, nada funciona, e é por isso que continuas a atormentar-me. Ainda sinto o teu toque, o teu cheiro, o teu beijo, por muito que já não queira sentir. Lembro-me de ti, dos teus olhos, castanhos-avelã, doces e meigos que têm o poder de cativar qualquer ser como uma armadilha na qual caí.
Tudo isto volta com o verão porque nós só costumávamos resultar nesta época do ano. Foi isso que me cansou. Não quero que me queiras uma vez no ano, quero que me queiras todo o ano, todos os anos. Foi por isso que não quis o que tu querias. Foi por isso e por muito mais.

Peço-te que me deixes, que te vás embora, que saias da minha cabeça e que me deixes viver, porque eu já não te quero, nem mesmo como uma mera recordação.

T.