sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Admito: não sei o que quero.


Cheguei a uma fase em que não sei o que quero. Sempre foi algo que critiquei em ti, porque nunca me tocou e, por isso, não o compreendia. Mas, a verdade, é que neste momento não sei o que quero.
Sei que, no futuro, quero uma família. Quero ter um companheiro que se adeque a mim e a quem eu me adeque (sim, porque essa coisa de "almas gémeas" e "pessoas certas" não existe - existe, sim, pessoas que se adequam a nós e a quem nos adequamos!), quero ter os nossos filhos, os nossos cães e gatos.
Mas, por agora, não sei. Não sei se me quero prender a alguém, mas também não sei se quero voltar a algo sem compromisso. Só sei que quero algo espontâneo e natural. Não quero encontros (odeio encontros): quero passeios, jantares, filmes. Quero conviver com a outra pessoa a sós e acompanhados, com amigos, com família ou colegas de trabalho.
Se estás a ler isto, deves estar a questionar-te o porquê de ter posto agora um ponto final (desta vez, sem parágrafo) na nossa "relação" de November Rain: se, afinal, não sei o que quero, poderíamos continuar "killing the pain". De facto, estou agora na mesma fase em que tu estás constantemente (finalmente haveria um "borrifanço" dos dois lados). No entanto, eu posso não saber o que quero - mas sei o que não quero: não quero sofrer mais. E isso é algo que não me podes prometer.
Ao contrário de ti, esta é só uma fase na minha vida. Porque, mais cedo ou mais tarde, as minhas ideias vão ao lugar. E, se nesse dia estivesse contigo, serias tu quem eu iria querer e seria eu quem iria sair magoada e derrotada de uma das batalhas da guerra do amor. Ao contrário da minha indecisão, a tua é constante e permanente.
Mas, por enquanto, admito: não sei o que quero.

M.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Não era para ser


Sonhos. Todos temos. Todos sonhamos em ter uma vida perfeita, um emprego perfeito, uma casa perfeita, um carro perfeito, uma família perfeita. Enfim, são sonhos. Na realidade não é sempre assim. Nem tudo é perfeito e apercebi-me disso há bem pouco tempo. Quanto mais tentas forçar alguma coisa, menos a consegues alcançar. Queria um amor inesquecível – julgava eu que fosse possível por o idealizar de uma forma tão perfeita na minha cabeça. O resultado? Não existia nem nunca existiu. Eu via-o como assim sendo, mas hoje dou conta que não, não era assim. Nunca foi. Não tenho culpa de gostar de ti, não tens culpa de não gostares de mim, ninguém tem culpa, eu sei!
Hoje vejo que, na realidade, o que eu queria que fosse, simplesmente, não era para ser. Não podia forçar, não era mesmo para ser.
Agora, com o passar do tempo é só criar outro hábito na minha cabeça – diferente do que tinha – que é esquecer-te. Esquecer tudo o que me fez (e faz) mal, esquecer as discussões, esquecer as pressões, esquecer as desilusões. Posso relembrar os bons momentos – esses não os quero esquecer por nada – mas não o quero fazer para já.
Hoje decidi que tenho que te deixar ir porque… sabes? Não era para ser.

A.

sábado, 24 de outubro de 2015

Não há nada como a minha independência.


Não há nada como a minha independência. Poder pegar no meu carro e ir onde quiser. Ter o meu dinheiro, que ganhei com o esforço do meu trabalho e com o meu suor. Chegar a casa e ter a solidão para me acolher. A solidão é subestimada, já dizia o Tom Hansen do filme "500 Days of Summer" - faz bem de vez em quando e a mim faz milagres.
Não dever nada a ninguém. Não ter que dar satisfações ou justificações a ninguém a não ser a mim própria. Sim, porque tenho o dever de me questionar o porquê de insistir em algo que não me faz bem.
Confesso: sinto falta de alguém, por vezes. Sinto falta do calor humano ao meu lado, na cama, quando vou dormir. Mas geralmente esse calor traz consequências - perda de liberdade, perda de independência, stresses emocionais... E nunca lidei bem com o que quer que fosse que me prendesse.
Por isso, hoje não há nada como a minha independência. Hoje, escolho a liberdade, a solidão, a independência, a individualidade. Hoje, escolho-me a mim. 
Talvez nos escolha a nós num futuro próximo ou longínquo. Mas hoje sou eu. Só eu.
Hoje, não há nada como a minha independência. 

M.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Encontra-te em ti


Para de menosprezar o que sentes. Vales mais do que aquilo que pensas. Pensa mais em ti, age por ti. És uma pessoa digna de respeito e quem não te respeita não te merece. Não batas mais com a cabeça na parede, não mereces isso. Achas que é feliz para quem te rodeia ver-te assim? Achas que é feliz para ti mesma estares assim? Ao contrário do que se diz, o tempo não cura tudo, mas uma coisa te garanto, alivia bastante. Então não percas tempo com quem não quer “perder” tempo contigo. Não percas tempo com o que se esconde. Está na hora de teres o teu tempo sem ninguém que te prenda, mereces liberdade. Seres feliz com alguém implica que estejas bem e sejas feliz contigo mesma em primeiro lugar. Não te prives disso, tu mereces tanto quanto qualquer outra pessoa. Antes de te descobrires no amor pelo outro, descobre-te no amor por ti mesma. Dá a ti própria uma segunda oportunidade. Sim, a ti! Não aos outros.
Este texto é para ti. Sim, tu mesma que o estás a ler neste preciso momento.

A.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Sê livre


Sê livre. Viaja. Lê. Sai de casa. Fica em casa. Apaixona-te. Desapaixona-te.
Não deixes nunca que alguém te prenda. Nasceste livre, nasceste selvagem. Não és de ninguém, não deves a ninguém a tua liberdade.
Por vezes podemos pensar que somos livres. Mas nunca o somos de facto. Aquele emprego de que não gostas, mas que te permite pagar as contas; aquele amigo/familiar que só te liga quando precisa de alguma coisa; aquela relação que já não tem por onde dar, mas pela qual te esforças para manter porque estás preso/a ao passado e aos bons momentos que passaram juntos. Mas é importante que te lembres que podes ter saudades de algo e não o querer de volta. Seja o que for que te prenda, podes soltar-te. És o/a único/a com poder para te prender.
E não te esqueças: “Tu pertences a ti, não és de ninguém. Vive selvagem e para ti serás alguém, nesta viagem”.
Por isso, sê livre.


M.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Desistir de mim?


A minha insegurança levou-me onde jamais esperaria. Cheguei ao extremo. Estou no limite. No limite entre o gostar e o não gostar, entre o desejar e o não desejar. Olho-me ao espelho e não gosto do que vejo. Quero apagar a imagem que lá aparece porque não corresponde à realidade. Já não transparece aquilo que sou…
Não sou assim tão forte, possa. Todos me vêem como tal mas ninguém sabe o que está por trás desta “máscara” invisível que uso todos os dias. Não podemos ser fortes o tempo todo e o meu tempo acabou. Fui forte por muito tempo, agora acabou. Agora é hora de cair, para ver se consigo levantar-me mais tarde, mais forte do que antes. Já começa a ser difícil manter a imagem d’“a rapariga que está sempre bem-disposta e animada”. Começa a ser difícil esconder o que realmente sinto quando vejo que não sou o suficiente para alguém. A força esgotou, o sonho acabou.
Posso desistir de mim? É a melhor opção?

A.

sábado, 10 de outubro de 2015

Perdeste-me.


Perdeste-me. De vez. E agora não há volta a dar. 
Não sei quando aconteceu. Não sei porque aconteceu. Não sei porquê agora, porque não mais cedo ou porque não mais tarde. Sei que me cansei de vez e com isso me perdeste.
Perdeste-me nas pequenas coisas. Perdeste-me nos "quero-te", nas mensagens respondidas dias depois de as teres visto, nas chamadas que não atendeste.
Perdeste-me nas grandes coisas. Nas oportunidades perdidas, nos "não consigo", nas promessas quebradas, nas esperanças alimentadas.
Perdeste-me quando voltaste para ela e assumiste com ela o que nunca assumiste comigo. Perdeste-me nas vezes em que me pediste para ser tua amante e eu não tive coragem de dizer que não, porque gostava muito de ti, e ter-te assim era melhor do que não te ter de todo.
Perdeste-me quando não me soubeste dar resposta quando perguntei o que querias de mim, ou o que significava para ti.
Perdeste-me várias vezes e de várias formas, a pouco e pouco. Mas agora perdeste-me de vez.
Agora - perdoa-me-, mas agora perdeste-me.
De vez.
E desta vez não há retorno.


M.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Gostos não se discutem


Gosto de pessoas que me animem, que me tirem o stress, que me aliviem. Gosto de pessoas que lutam pelo que querem, que não desistem dos seus sonhos e que deixam a persistência levar-lhes mais longe. Gosto de pessoas que nunca perdem o foco, que nunca perdem a fé. Gosto de pessoas tímidas no início e arrojadas no final. Gosto de pessoas que me fazem bem. Gosto daquelas pessoas que me tornam inquieta mas que são as mesmas que me dão o maior conforto. Gosto de pessoas que estejam lá para mim da mesma forma que eu estou lá para elas. Gosto de pessoas que me tirem o sono, que me despertem o interesse. Gosto de pessoas sociáveis, que se dão a conhecer sem medos ou receios. Gosto de pessoas que não têm medo de arriscar, mesmo que isso implique dor e sofrimento. Gosto de pessoas que enfrentam os medos, que erram mas voltam a tentar, que caem mas não ficam no chão. Pelo contrário, levantam-se ainda com mais força. Não gosto de pessoas pessimistas, ainda que eu o seja frequentemente – um defeito a melhorar. Não gosto de pessoas que competem entre si sem necessidade. Não gosto de pessoas que se sobrevalorizam, que se acham superiores às outras, que fazem tudo para chamar à atenção só porque sim. Não gosto de pessoas que desistem das coisas à primeira dificuldade, que se menosprezam e dizem que não são capazes quando a primeira tentativa foi falhada, porque a nossa maior virtude é sabermos levantar-nos após uma queda. Não gosto de pessoas que têm a mania que têm razão. Não gosto de pessoas com a mania que mandam em mim. Gostos são gostos e não se discutem.

A.

sábado, 3 de outubro de 2015

Onde estás?

A S. decidiu enviar-nos o seu texto e fez muito bem! Obrigada, S. Está muito bom :)


Não consegui chegar até ti. O meu amor não conseguiu mas sei que ele tentou, tentou muito. Tentou erguer os pilares que em segundos se foram destruindo, lentamente, enquanto me consumiam por dentro.  Amei-te à minha maneira, de forma simples, pura e honesta, a única coisa que eu sei fazer por alguém e esse alguém foste tu, por curto prazo foste tu o escolhido a quem eu queria dar tudo e dei tudo em 7 meses. Fiz coisas, disse coisas que nunca pensei dizer por alguém, esse escolhido foste tu que iria juntar os pedacinhos do meu coração já destroçado outrora. Sempre pensei que esses pedacinhos não pudessem ser colados, iria haver sempre marcas da mágoa mas tu conseguiste juntá-los, conseguiste fazer-me acreditar que vale a pena gostar de alguém, cuidar da pessoa, protegê-la a todo o custo como se ela fosse nossa e só nossa. Em 7 meses eu acreditei e fiz tudo para não te perder. Tu eras especial e ainda o és. 7 meses maravilhosos ao lado da pessoa que eu achava ser minha para sempre, meses esses sem discussões, anomalias como eu sempre quis em alguém. Esse alguém foste tu! E apenas tu! Mas agora estou aqui sozinha, chorando dentro de 4 paredes por alguém que desapareceu em 1 mês. O meu rapaz desapareceu! A pessoa por quem eu me apaixonei desvaneceu-se num curto espaço de tempo e eu não entendo o porquê? Onde estás tu? Era tudo tão azul e ficou escuro, o meu quarto, o meu dia, o meu coração... Ficou tudo preto! E tu não entendes, não queres entender, estás cego, estás iludido por algo que apareceu há semanas, que te transformou em algo que apenas pensa em me magoar. Tu magoaste-me. Os pedacinhos descolaram de novo e desmembraram-se ainda mais e agora o meu coração está num quarto escuro fechado à chave, a querer sair a todo o custo e não consegue. Conseguiu antes mas agora é ainda mais difícil. O quarto cheira a ti, as coisas continuam no mesmo sítio onde as deixaste, as memórias estão fechadas neste quarto assim como o meu coração. E continuará a estar…

S.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Limbo 2


De novo na corda bamba. Mas, desta vez, não é entre o amor e o esquecimento. Desta vez não é a corda bamba da paixão.
É o limbo da vida. O limbo do futuro. Entre esperar por ti ou esquecer-te para sempre.
Não mereces que espere por ti. Nunca esperaste por mim, sempre me tomaste por garantida. E foi preciso discutirmos e dizeres "epá, o meu mundo não gira à tua volta" para eu abrir os olhos. Fez-me ver que o meu mundo, sim, gira à tua volta. Mas eu não sou uma lua nem tu um planeta, por isso não tenho de o fazer. Nem o mereço, nem tu mereces que o faça.
Tenho muitas saudades tuas e sinto falta dos tempos em que estávamos juntos com mais frequência. E, se quiseres saber, só te quero abraçar e ouvir as parvoíces que tens para me contar. Mas não vou esperar por ti. Vou seguir com a minha vida e quando quiseres apareces.
Gosto muito de ti, sim. Mas gosto mais de mim. E estou cansada de me magoar de cada vez que tento saltar da corda bamba.
Sei que, se esperar por ti, não vais estar lá para me amparar. Sei que vou cair no chão duro e frio e que me vou magoar. Mas se te esquecer de vez, se decidir saltar para esse lado, talvez esteja lá alguém que me ampare.
Sim, sei que é importante saber estar sozinha/o. Mas estou cansada de cair. De cair e não ter lá ninguém para me agarrar. De cair e me magoar.
Estou cansada de andar na corda bamba e não ter ninguém para me apanhar.


M.


(Não te lembras do primeiro texto com este nome? Podes lê-lo aqui)