Cheguei a uma fase em que não sei o que quero. Sempre foi algo que
critiquei em ti, porque nunca me tocou e, por isso, não o compreendia. Mas, a
verdade, é que neste momento não sei o que quero.
Sei que, no futuro, quero uma família. Quero ter um companheiro
que se adeque a mim e a quem eu me adeque (sim, porque essa coisa de
"almas gémeas" e "pessoas certas" não existe - existe, sim,
pessoas que se adequam a nós e a quem nos adequamos!), quero ter os nossos
filhos, os nossos cães e gatos.
Mas, por agora, não sei. Não sei se me quero prender a alguém, mas
também não sei se quero voltar a algo sem compromisso. Só sei que quero algo
espontâneo e natural. Não quero encontros (odeio encontros): quero passeios,
jantares, filmes. Quero conviver com a outra pessoa a sós e acompanhados, com
amigos, com família ou colegas de trabalho.
Se estás a ler isto, deves estar a questionar-te o porquê de ter
posto agora um ponto final (desta vez, sem parágrafo) na nossa
"relação" de November Rain: se, afinal, não sei o que quero,
poderíamos continuar "killing the pain". De facto, estou agora na
mesma fase em que tu estás constantemente (finalmente haveria um
"borrifanço" dos dois lados). No entanto, eu posso não saber o que
quero - mas sei o que não quero: não quero sofrer mais. E isso é algo que não me
podes prometer.
Ao contrário de ti, esta é só uma fase na minha vida. Porque, mais
cedo ou mais tarde, as minhas ideias vão ao lugar. E, se nesse dia estivesse
contigo, serias tu quem eu iria querer e seria eu quem iria sair magoada e
derrotada de uma das batalhas da guerra do amor. Ao contrário da minha
indecisão, a tua é constante e permanente.
Mas, por enquanto, admito: não sei o que quero.
M.