domingo, 30 de outubro de 2016

As incertezas que me deixaste


Eu nunca fui mulher suficiente para ti, pois não? Eu nunca fui fisicamente atraente o suficiente para te deixar satisfeito, para que pudesses orgulhosamente apresentar-me aos teus amigos, pois não? Porque, sejamos sinceros, isso era a única coisa que importava, tudo o resto não valia nada para ti. Foi por isso que nunca me quiseste reconhecer como namorada, eu sei, não precisas dizer o contrário, as mentiras não vão atenuar esta revolta que sinto, não contigo mas comigo, por ter sido parva tanto tempo e ter mantido uma relação que me matava por dentro com todas as incertezas.
Meu querido, só te posso dizer uma coisa, hoje estou feliz com quem estou. Vamos devagar, é verdade, mas pelo menos eu e ele caminhamos esta estrada juntos, algo que nunca aconteceu contigo. Só espero que sejas feliz a viver de aparências com a pessoa com quem estás.
Infelizmente para mim muitas marcas do passado e muitas incertezas ficaram, deixadas pelo tempo que estive contigo. Muitas vezes me pergunto se serei mulher suficiente para o homem com quem estou, se serei bonita o suficiente para ele, se ele realmente me ama... Mas depois penso que se ele está comigo, se me apresentou à sua família e aos seus amigos é porque gosta de mim e não tem vergonha de ter uma namorada baixinha e gordinha, se ele sorri para mim da forma que ele sorri com os olhos brilhantes é porque está feliz comigo, então todas as minhas incertezas são esquecidas, ainda que por breves momentos, todas as incertezas que me deixaste.


T.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Será que sabes?



Sabes, escrevo sem pretensão. Não sei se algum dia o vais ler, não espero resposta mesmo que tal aconteça, escrevo porque a alma me pede, porque a alma me chora as lágrimas que me deixaste secar, será que aquelas que me correm o rosto sem motivo seriam tuas?
Eu e tu fomos Romeu e Julieta, tragédia para mim que me deixei morrer mais um pouco para manter em mim vivo o sentimento e, para ti, que mataste o sentimento para viver com o coração vazio.
Será que tu sabes que és alvo de inveja de mulheres que nunca te conheceram, nunca te viram? Que por mais que tenham tentado tocar-me o corpo, tu foste a ultima que me tocou o coração?
Porque eu sou assim, eterno sonhador...Fiz o teu sonho acontecer sabes? Aquele emprego que procuravas?
Pelo caminho perdi-me do meu, que eras tu...
Perdi-me do meu, que era eu, contigo, que era eu quando estava contigo, que fui eu o melhor de mim, por ti e para ti...
Não te guardo rancor, não pela chamada que não chegou á minha cama de hospital, não pela visita que não aconteceu enquanto passei sozinho o natal.
Guardo mágoa de mim, por ter esperado isso de ti. Por mesmo depois de terminar eu ter continuado a lutar...
Sabes que ainda continuo a lutar? Por aquele sorriso caloroso que deixaste em mim?
Sim, continuo...luto para tornar tudo o que foi teu em mim, meu! Ser o melhor de mim sem ti...
Sabes que sou orgulhoso, o que dá mais significado dizer-te que me doeu, admitir que foi meia-verdade quando te disse que te superei mas não te esqueci.
Não te tinha superado, nem de perto nem de longe... Até que entendi, não há amor na superação, há sim amor na aceitação.
E aí eu te aceitei tal como tu és. Aceitei-me a mim tal como eu sou.
Aceitei que se não deste mais de ti nunca foste minha e que se eu te dei demasiado de mim então não fui verdadeiramente eu.
O amor não é cego, o amor é inebriante...E tal como o álcool, deixaste o teu primeiro toldar-te a visão para não voltares a ver.
Eu deixei-me inebriar, embriaguei-me em ti! A ressaca foi pesada, jurei não voltar a beber...
Mas a vida sabe bem com um bom copo de vinho...Qualquer um sabe abrir uma garrafa, eu quero plantar uma vinha inteira!

Porque eu tenho sede...Sede de viver, sede de amar, sede de a mim voltar...

D. F.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Voltaste-me


Disse que não te voltava a escrever. Disse que te tinha, finalmente, esquecido. Disse que não te queria ver mais. Disse que não te ia procurar mais.
Mas falhei. Vacilei. Caí.
Escrevo-te de novo. Não consigo pensar em mais nada para além de ti. Não te esqueci. Tudo o que quero é ver-te de novo. Apreciar-te. Sentir o teu sorriso. E sentir-te junto a mim.
Procurei-te. Procurei-te noutros. Nunca parei de te procurar. Nunca deixei de procurar o que tínhamos e tento tê-lo com outras pessoas.
Errei. (Des)iludi-me. Porque os outros não são tu. Nunca serão tu.
Prometi esquecer-te, prometi não voltar a escrever-te, prometi não voltar a ver-te. Mas ambos sabemos como não te consigo negar nada.
Ambos sabemos que és o meu ponto fraco, o meu calcanhar de Aquiles.

E hoje voltaste-me.

R. D.