sábado, 30 de janeiro de 2016

Saudade


É verdade que saudade é uma palavra que só existe em português, e talvez faça um certo sentido. Isto não quer dizer que só os portugueses possuem a capacidade de sentir saudade, mas talvez só os portugueses saibam o verdadeiro significado desta palavra, deste sentimento que nos abraça a alma com tanta intensidade, que chegamos a ser quase incapazes de sentir outro sentimento qualquer em simultâneo.
Existem muitas outras palavras que podem, até, fazer o mesmo efeito que a saudade, como o famoso "I miss you", no entanto não é isso que sinto. Eu não sinto a tua falta! Até porque eu consigo viver muito bem e ser feliz comigo mesma. Mas, não sei, bateu-me a saudade. Mas é uma saudade particular. Eu não sinto saudades tuas, sinto sim saudades de momentos passados contigo, momentos verdadeiramente felizes e que já não voltam.
Não quero com isto dizer que estou arrependida da decisão que tomei, porque não estou. Posso mesmo dizer que foi a melhor decisão da minha vida. Finalmente assumi-me como mulher que sou, que se valoriza, que se ama e que sabe o que é melhor para si mesma, e, queres saber?, tu não és o melhor para mim, muito pelo contrário, as discussões que existiam entre nós só me destruíam cada vez mais. O ponto final era eminente e por muita tristeza que houve na hora do fim, agora sei que foi o melhor para os dois, ambos merecíamos alguém que nos soubesse amar, nem que fosse nós mesmos a amarmo-nos.
Mas hoje não consigo evitar. Nós não escolhemos os nossos sentimentos, não acordamos de manhã a pensar "hoje vou sentir-me feliz" ou "hoje vou sentir-me triste", nada disso, as coisas não acontecem dessa forma. Hoje estão na minha cabeça os bons momentos que passámos e que me provocam saudade. Foram momentos que me abraçaram a alma e me fizeram ser feliz ainda que por breves instantes. São lembranças que me surgem a cada música que oiço e que ecoam na minha cabeça, no meu corpo e no meu coração. São lembranças que me abraçam a alma e me fazem sentir um só sentimento, saudade.


           T.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Vai atrás daquilo que te faz feliz.




Vai atrás daquilo que te faz feliz. Corre. Não deixes fugir. Se deixares, podes não mais encontrar algo igual. Perdeste uma oportunidade de ser feliz? De que esperas para a recuperares? Eu sei qual é o teu medo. Sei porque já passei por ele. Sei porque, inconscientemente, todos o temos. Tu tens medo de não dares o melhor de ti, tens medo de não seres suficientemente forte quando tiveres que ultrapassar uma situação menos boa. Preferes perder mas não queres passar pelo sufoco de recuperar tudo de novo. Tens medo? Todos temos. Enfrenta-o! Se não agarras a tua felicidade enquanto é tempo podes acabar por perdê-la de vez e não é isso que queres, pois não? Eu sei que não…
Então, olha, arrisca mais! Não deixes fugir o amor da tua vida, não percas aquele amigo que te faz sorrir só com o olhar, não percas a ligação que tens com aquele irmão que, embora distante, está sempre perto.
Vai atrás daquilo que te faz feliz porque só assim o serás também.
A.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Tu estavas ali.




E foi nesse momento, nesse preciso momento, que o meu coração parou, as pernas tremeram, senti um abalo de dentro para fora, os joelhos dobraram, cai no chão frio, lágrimas escorreram lentamente desfocando a minha visão... Dizem-me que vai passar. Talvez... Até lá aqui estarei no canto, sozinho e perdido entre memórias e sentimentos há muito vividos… Tu foste, e não foste sozinha, também levaste uma grande parte de mim, de quem eu fui, sou e serei... Se te amo? Até com a própria vida. Se tenho saudades? Sem dúvida. Se sei viver sem ti? Irei aprender, um dia de cada vez. Não te esqueças nunca o que passámos juntos, o que passámos um pelo outro, o que fizemos por amor...
Cada vez que penso em nós, cada vez que penso que ainda nos vamos reencontrar, o meu coração vai a 1000, não sei com agir, não sei o que pensar, não sei que fazer, precisava do teu abraço, apenas isso, do teu abraço e do teu olhar e da tua doce voz (quando não estavas irritada :) ) a dizer que estavas ali, estavas ali para tudo o que desse e viesse...
Tiago

domingo, 24 de janeiro de 2016

Sim, fazes-me feliz!


Tu chegaste. 
Bem, já tinhas chegado. Já fazias parte da minha vida há uns anos, se bem que nunca fomos muito próximos.
Antes.
Porque, de há uns meses para cá, naquela que foi a minha fase de maior mudança, a fase da entrada definitiva na vida adulta, temo-nos aproximado cada vez mais.
De um momento para o outro, passámos a ver um no outro algo que nunca víramos antes. E, à medida que nos fomos aproximando, fui compreendendo coisas que não compreendia antes, fui acreditando em algo que já me tinha cansado de acreditar por excesso de tentativa-erro.
Tu mostraste-me que o amor vale a pena e que acreditar é possível. Mostraste-me que sonhar não tem custo, que nem tudo o que planeamos acaba em desilusão, que é possível amar e ser amado na mesma medida. Mostraste-me que às vezes conseguimos ter o que merecemos e aquilo por que esperámos demasiado tempo.
Tu "chegaste". E tudo mudou.
Sim, a nossa felicidade depende de nós. Mas depende também daqueles com quem partilhamos a nossa vida. E tu... sim, tu definitivamente fazes-me feliz.
Se encontraria a felicidade sem ti? Talvez. Mas contigo, para além de ser certa, a felicidade sabe melhor.

M.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Imaginava(-te).





Não tenho perspectivas para o futuro. Não sei o que esperar de algo tão “inconstante”. Antes fazia planos e mais planos, imaginava cenários perfeitos na minha cabeça, via-me com dois filhos – um casal – a brincar pela casa, via-te a andares com os miúdos às cavalitas no paredão da nossa praia favorita (que não sei bem qual é). Imaginava-te a deixares-te levar por mim. Imaginava-te ao meu lado nos casamentos dos nossos melhores amigos. Imaginava-te a tocar na minha barriga, como se estivesses à espera de algo, quando estivesse grávida do nosso primeiro filho. Imaginava-te a caminhares comigo sem direcção aos domingos à tarde. Imaginava-te deitado do meu lado todas as noites. Imaginava-te a segurares a minha mão quando eu tivesse medo de alguma coisa. Sei lá, imaginava-te presente…
“Eu deixo-me levar pouco a pouco”, dizias tu. Lembras-te? Será que te deixaste levar tão pouco que nem foi o suficiente para que algo mais real acontecesse entre nós?
Hoje só te sei dizer que não tenho perspectivas nenhumas para o futuro. O que vier, virá e pronto. Não espero nada de ti nem de ninguém, porque eu imaginava-te aqui do meu lado e tu não estás.
A.

domingo, 17 de janeiro de 2016

Quem gosta mostra.


Quem gosta fica. Arranja sempre tempo para ti. Não dá desculpas. Não vai embora.
Quem gosta quer ver-te bem. Faz-te dar as maiores gargalhadas e quando te faz chorar é de tanto rir. Apoia-te quando precisas de um apoio e não te falta nunca. Dá-te na cabeça quando precisas que te ponham as ideias no lugar, mas nunca te deixa ficar mal.
Quem gosta não se fica pelas palavras: afirma-se nas suas atitudes. Não diz que se importa, mostra que se importa. Não diz que quer estar contigo ou que tem saudades tuas, está contigo. Não te usa, não te abandona, não te magoa, não te deixa com dúvidas.
Não te esqueças disto e não te deixes levar pelos "e se...?".
Sai dessa, porque quem gosta mostra. E se não mostra, não gosta.

M.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Adeus.




Mesmo sem saber o que iria acontecer, foi a última coisa que te disse, cara a cara. Soou estranho aquela palavra a sair da minha boca de uma maneira tão diferente. Não foi um simples 'até amanhã', mas como poderia eu saber? Foi honesto. Prefiro não acreditar que o universo sabia o que ia acontecer, mas a verdade, é que tudo pareceu planeado.
"Não te despeças assim de mim, então!" - dizias tu com a tua voz doce, sem perceber o que eu estava a sentir, talvez pela primeira vez. Eu explico: A verdade é que eu queria mesmo despedir-me, mas também não sabia disso.

Lembro-me de competirmos inúmeras vezes para ver quem de nós era o mais teimoso. Ganhavas sempre. Quase sempre tinhas razão. Havia algo de diferente e de especial em ti. Desta vez perdeste. Eu disse que poderia ter contado o tempo até caíres em ti e perceberes mais uma vez a falta que te faço, nem que fosse para me pedires ajuda no caos a que chamas de vida. Não contei, mas podia.
É uma vitória com sabor amargo, sabes? Porque sinto a tua falta. Foi muito tempo a aprender o teu jeito de ser, muito pouco tempo para me imaginar definitivamente sem ti.
E mais uma vez tinhas razão, eu precisei aprender a não te ter. E obviamente precisavas magoar-me para eu perceber isso. Só não esperavas que eu aprendesse tão rápido.

Eu hoje vejo-te como és. O que tinhas de especial e diferente estava na maneira como eu te via e gostava de ti. Devias ter aproveitado isso. Durante anos fui para ti mais do que quem quer que fosse. Errei. Hoje vejo que não devia ter dado tanto de mim para te apoiar. Se eu fui um instrumento do teu ego, desempenhei demasiado bem o meu papel, porque tens a vida desfeita e agora achas que precisas de mim.

Mesmo depois de me teres magoado, de teres quebrado a minha confiança, de me teres feito sentir que aquilo a que mais dei valor ao longo de toda a minha vida desapareceu; depois de imaginar que a minha melhor amiga e pessoa mais importante na minha vida sublimou, tenho medo. Tenho medo de ainda gostar de ti quando te olhar nos olhos da próxima vez. Porque mentiria se dissesse que não sinto a tua falta. Vais ser as minhas melhores memórias durante muito tempo. Falta-me quase uma década de melhores lembranças para te substituir.
É aqui e agora que o impossível toma forma. Forma de esperança e do objectivo do meu futuro.

Quanto à última palavra que te disse, e que ninguém entendeu, eu explico melhor: 'adeus' não quer dizer que deixei de me importar. Apenas vou estar demasiado ocupado à descoberta do lado melhor de mim próprio na vida da qual um dia fizeste parte.

FF