quinta-feira, 30 de julho de 2015

Seguir em frente


Seguir em frente pode ser difícil. Implica um fim, implica desapegarmo-nos de alguém a quem já estivemos presos tempo demais. E isso custa. Custa voltar à nossa vida sem aquela pessoa. Custa verificar o telemóvel de hora a hora e não ter uma mensagem dele/a.
Mas é apenas uma questão de tempo.
Para se seguir em frente, é preciso sofrer a perda, primeiro. É preciso fazer o luto pela relação que morreu. É preciso sentir a dor e não abstrair-se dela.
Só depois estás preparado/a para seguires em frente.
O “seguir em frente” pode significar várias coisas e corresponder a várias atitudes: pode ser esqueceres o sentimento que tinhas pela outra pessoa e resistires às suas tentativas de voltar para a relação de onde saíste, estando sozinha/o; pode ser conheceres novas pessoas e abrires-te à possibilidade de uma nova relação, mais saudável; ou também pode ser apenas desfrutares da tua vida de solteira/o.
Independentemente da forma que escolheres para seguir em frente, a dor vai passar. A solidão, o sofrimento, a ansiedade, o luto vão acabar. E vais ficar melhor.
Dá tempo ao tempo. Hoje sofres, amanhã segues em frente. Não te deixes prender a ninguém. Não te deixes permanecer no purgatório do amor.

Segue em frente. Todos temos o direito a ser feliz.

M.

2 comentários:

  1. E quando deixamos ir por amar, e por amar temos certezas de que ainda há algo por proteger?
    É um impasse como o purgatório, mas tem gosto de inferno. É o veneno mais doce, algo que nos corrói da pior forma mas que nos sabe tão bem.
    E como negar aquilo que o coração sente tão real, a ponto de mudar aquilo que os olhos são capazes de ver?
    Ainda está por acabar o livro que escrevo, embriagado de veneno; anseio pela última linha, tanto quanto pelo fim da minha vida.

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    1. Se tem gosto de inferno, não pode ser amor. Ou um amor que resulte, pelo menos. Nesse caso não há nada a proteger.

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