Seguir em frente pode ser difícil.
Implica um fim, implica desapegarmo-nos de alguém a quem já estivemos presos
tempo demais. E isso custa. Custa voltar à nossa vida sem aquela pessoa. Custa
verificar o telemóvel de hora a hora e não ter uma mensagem dele/a.
Mas é apenas uma questão de tempo.
Para se seguir em frente, é preciso
sofrer a perda, primeiro. É preciso fazer o luto pela relação que morreu. É
preciso sentir a dor e não abstrair-se dela.
Só depois estás preparado/a para
seguires em frente.
O “seguir em frente” pode significar
várias coisas e corresponder a várias atitudes: pode ser esqueceres o
sentimento que tinhas pela outra pessoa e resistires às suas tentativas de
voltar para a relação de onde saíste, estando sozinha/o; pode ser conheceres
novas pessoas e abrires-te à possibilidade de uma nova relação, mais saudável;
ou também pode ser apenas desfrutares da tua vida de solteira/o.
Independentemente da forma que
escolheres para seguir em frente, a dor vai passar. A solidão, o sofrimento, a
ansiedade, o luto vão acabar. E vais ficar melhor.
Dá tempo ao tempo. Hoje sofres, amanhã
segues em frente. Não te deixes prender a ninguém. Não te deixes permanecer no
purgatório do amor.
Segue em frente. Todos temos o direito a
ser feliz.
M.
E quando deixamos ir por amar, e por amar temos certezas de que ainda há algo por proteger?
ResponderEliminarÉ um impasse como o purgatório, mas tem gosto de inferno. É o veneno mais doce, algo que nos corrói da pior forma mas que nos sabe tão bem.
E como negar aquilo que o coração sente tão real, a ponto de mudar aquilo que os olhos são capazes de ver?
Ainda está por acabar o livro que escrevo, embriagado de veneno; anseio pela última linha, tanto quanto pelo fim da minha vida.
Se tem gosto de inferno, não pode ser amor. Ou um amor que resulte, pelo menos. Nesse caso não há nada a proteger.
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