Sabes que estás mal quando a outra
pessoa só te quer às vezes – durante anos. Podes enganar-te a ti própria/o,
lembrando-te apenas das boas recordações e deixando que as más se dissipem nos
labirintos da memória, dando mais importância às palavras que te agradam e
fingindo não ver as que te desagradam.
Sabes que estás mal quando a outra
pessoa te procura quando está comprometida – com a mulher/o homem por quem te
trocou. Sabe bem, sim. Sabe bem ver que ele/ela não esqueceu o que tinham e
podes até pensar que te está a escolher a ti, desta vez. Mas lá no fundo sabes
que é mentira. A pessoa em questão não está a escolher ninguém para além dela
própria.
Não te contentes com os “quero-te”, que
tanto gostas de ouvir da parte dele/a. Querer é desejar, sexualmente. Nada
mais. Procura os “gosto muito de ti”, os “adoro-te” ou mesmo os “amo-te”.
Porque tu mereces isso. Não deixes que te façam sentir como se não o
merecesses.
Não te contentes com o lugar de amante.
Pode parecer poético, mas só o é na medida em que traz dor. Vai mais longe,
conquista o lugar de “o tal” ou “a tal”. O único. A única.
Não te contentes com “às vezes”. A
música é péssima, anyway. És um ser humano, não um objecto. Rejeita tudo o que
não seja um “sempre”. Ou um “enquanto puder”. Porque promessas que não podem
ser cumpridas não devem ser proferidas e sabemos que nada é para sempre.
São palavras para mim, sim. Para mim e
para ti. Porque às vezes precisamos de aconselhar os outros para sabermos o que
fazer connosco próprios.
Eu quero ser amada, não apenas desejada.
Quero que a minha falta seja sentida, não apenas o meu toque. Quero ser a única
mulher (e não, não é uma referência à música do Anselmo Ralph). Quero que me
queiram sempre, não me contento com “Às vezes” (sim, é uma referência à música
dos D.A.M.A).
Eu sei o que quero.
E tu? Sabes?
M.
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