Deixa-me, por favor. Liberta-me. Liberta-te dos meus
pensamentos.
Pára de me fazeres questionar tudo, de me fazeres
questionar o meu valor enquanto pessoa, enquanto mulher, enquanto ser passível
de ser amado... Pára de me fazeres questionar e pôr em causa o teu sentimento
por mim.
Dá-me respostas. Dá-me, por favor. É só isso que te peço –
respostas.
Diz-me o porquê... Porque é que puseste um fim a algo que
não teve um início? E o pior é que nem um ponto final puseste, mas sim umas
reticências.
Deixaste o nosso ciclo em aberto, para o podermos recomeçar
quando quiser(es)mos. Porque tu sabes que o nosso espaço é para mim o que a
água é para quem está a morrer de sede. E sabes que irei ter contigo sempre que
me chamares, sempre que me quiseres.
Mas se não me queres... Se não me queres, deixa-me só.
Deixa-me sozinha, sozinha com a minha solidão. Sozinha no meu mundo cinzento.
Sozinha com o meu passado de memórias, com o meu presente adormecido e com o
meu futuro incerto.
Um dia, alguém escreveu “se não era para ficar, porque é
que vieste?”. De facto, porque é que vieste?
Não sei. Nem sei o que sentes por mim, ou sentiste. Sei que
te gosto muito, como nunca gostei de ninguém. Sei que iria ao fim do mundo por
ti, como nunca irias por mim. Sei que fiz tudo o que podia, mas que mesmo assim
não foi suficiente.
Por isso, dá-me as minhas respostas.
E depois, dá-me a minha liberdade.
M.
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