Queria poder odiar-te. Queria pensar que
me usaste, que nunca me gostaste, que sempre fui uma brincadeira para ti.
Queria pensar que estiveste estes cinco anos a gozar com a minha cara, que no
final tudo se resumiu ao sexo e que nunca quiseste realmente saber de mim.
Queria pensar que fui um brinquedo para ti.
O
que me arrasa é saber que não. É saber que não me usaste, é saber que gostas de
mim, que signifiquei algo para ti, por pouco que tenha sido. É saber que tudo o
que aconteceu nestes cinco anos foi sincero, que não se resumiu ao sexo e que
queres realmente saber de mim. É saber que tive importância – alguma, pelo
menos. É saber que, por muito que tente, não te consigo odiar. Não te odeio
porque te gosto. E gosto-te muito, acredita.
Arrasa-me
tudo isto porque torna tudo mais difícil de lidar. Faz-me questionar
sucessivamente porque é que cortaste pela raiz algo tão bonito e verdadeiro.
Faz-me questionar a minha capacidade de ser amada, se valho a pena o esforço.
Se tu, que me conheces melhor do que muita gente, não me amaste, quem amará?
Queria
poder odiar-te. Queria pensar que nunca me gostaste. Mas o que me arrasa é não
conseguir odiar-te.
É
saber que me gostas. Só não o suficiente.
M.
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