segunda-feira, 11 de maio de 2015

Ainda estou presa a ti.


Estou presa. Presa em ti; presa a ti. Sinto-me perdida. O amor que outrora sentíamos um pelo outro desvaneceu-se. O que sinto por ti permanece aqui, intacto, como uma folha de papel nunca antes rasgada; como um copo de vidro antes de me escorregar pela mão e cair no chão. O que dizias sentir por mim acabou. Acabou sem sequer me dar um aviso. Acabou sem haver oportunidade de lhe fazer uma despedida. Sem uma última carícia, um último toque, um último beijo. Foi tudo tão rápido. Gostava que tivéssemos uma última conversa para desvendar todo o mistério que foi este final a que tivemos direito.
Tínhamos tudo para dar certo mas não demos e, em parte, sinto-me culpada. Sinto que sentias que faltava algo em mim. Nunca chegaste a dizer-me o quê e, se ficar a depender de que me digas, ficarei na ignorância por muitos dias, meses, talvez até anos. Porque sei que não vais dizer-me. Como nunca disseste o quanto gostavas de mim, de verdade. Era tudo dito da boca para fora, não era? Se não era, é o que dás a entender agora.
Nada do que passámos me sairá da memória. Passem os anos que passarem. Tudo ficará aqui gravado. A primeira troca de olhares naquele restaurante; a primeira mensagem; a primeira saída; a primeira dança; a primeira chamada; aquela noite – oh, aquela noite de Dezembro que passámos a dançar numa discoteca em Lisboa… As idas à praia; o que prometemos e o que não vamos cumprir – não porque não queira, mas porque não permites que seja cumprido. Nada disso sairá da minha memória. E sabes porquê? Porque foi por ti que me apaixonei. De verdade. A ti me entreguei sem medos nem receios. Quis entregar-me sem medo de perder. Sem medo de te perder. E no fim perdi-te, mesmo sem sequer te ter.
Perdoa-me. Perdoa-me por não ter sido a miúda que idealizaste. Perdoa-me por não ser aquela com quem imaginaste ter uma vida (embora o tenhas mencionado algumas vezes). Perdoa-me por não ter sido a tua escolhida.
Agora só quero que me libertes. Liberta-me deste sentimento de culpa que tenho. Preciso que me libertes e que me deixes ir, que me deixes seguir com a minha vida. Só assim serei feliz. Embora o quisesse ser contigo, e só contigo, se não for para ser, liberta-me para que eu encontre o meu caminho.

Hoje ainda me sinto presa. Presa em ti; presa a ti.
A.

Sem comentários:

Enviar um comentário