Querido
"tu", que me desiludiste,
Não
te queria escrever uma carta porque tinha prometido fazê-lo apenas ao grande
amor da minha vida e como é óbvio, não o és – podias até ter sido, mas
abandonaste esse papel ainda antes de o teres agarrado definitivamente. Decidi escrever-te
na mesma porque… sei lá, acho que ainda te respeito e merecias isto.
Desiludiste-me
imenso. Não, isto não é o típico cliché de quem é deixada numa relação. É verdade.
Desilusão passou a ser a palavra que te define na minha cabeça depois de saber
de tudo o que aconteceu. Não vou entrar em detalhes porque a nossa relação só a
nós nos dizia respeito, mas garanto-te que merecias ser envergonhado e enxovalhado
à força toda. (Desculpa, a raiva falou mais alto).
Não
vou dizer que não passei bons momentos contigo. Estaria a mentir se o fizesse. No
fundo, acho que isso é a única coisa que tenho a agradecer-te ao longo destes
dois meses, porque sim, fizeste-me sentir coisas que já não sentia há imenso
tempo. No entanto, não te perdoo por me teres abandonado. Não te perdoo pelo
tempo que me pediste quando dizias continuar a gostar de mim. Não te perdoo por
não teres corrido atrás de mim quando viste que a tua “nova relação” te tinha
trazido consequências negativas. Não te perdoo.
Tenho
pena de ti. Agora tenho. Pela situação que estás a passar, por sentir a tua dor
quase como se fosse minha – continuo burra, mas acredita que passa. Hás de te
recompor, hás de sair dessa e espero que encontres o teu caminho, que não faças
com mais ninguém aquilo que fizeste comigo, porque trocar-me por uma aventura
foi uma das piores asneiras que podias ter feito.
Desejo-te
felicidades e espero que tudo o que passámos de mau deixe de me atormentar.
Da
tua ex,
A.
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