segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Não fico bem sozinha.


Vejo pessoas dizer que se sentem completamente felizes sozinhas, que assim podem “curtir a vida” sem ter que dar satisfações a ninguém, que não se sentem presas e que é melhor assim.
Permitam-me que discorde. Permitam-me que diga que sim, é possível ser-se feliz sozinho mas não é a única maneira. Permitam-me que diga que tenho medo da solidão. A mim faz-me falta. Faz-me falta sentir-me amada. Faz-me falta sentir-me feliz. Uma relação não implica que as pessoas estejam presas, não implica falta de espaço nem de liberdade, não implica angústia. Uma relação envolve carinho, envolve medo, envolve dedicação, envolve paixão, envolve afeto, envolve discussões, envolve reconciliações, envolve determinação, envolve cuidado.
Às vezes sinto falta de palavras de carinho no momento certo, sinto falta de alguém que me motive, sinto falta de alguém com quem me deite no sofá numa tarde chuvosa de domingo a ver um filme, sinto falta de alguém que me aqueça, sinto falta de ter alguém que não sinta vergonha de estar comigo.
Sozinha não sou assim, não tenho nada do que desejo. Tenho mais liberdade, mas não tenho amor. Posso fazer todas as asneiras possíveis e imaginárias mas depois não vou ter alguém que me chame à atenção, que me dê protecção. Embora digam que mais vale sozinha do que mal acompanhada – e concordo! – acho que sinto falta de estar “só” acompanhada por alguém que demonstre o mesmo tipo de sentimento que eu.
Não, eu não fico bem sozinha.

A.

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