Vejo
pessoas dizer que se sentem completamente felizes sozinhas, que assim podem
“curtir a vida” sem ter que dar satisfações a ninguém, que não se sentem presas
e que é melhor assim.
Permitam-me
que discorde. Permitam-me que diga que sim, é possível ser-se feliz sozinho mas
não é a única maneira. Permitam-me que diga que tenho medo da solidão. A mim
faz-me falta. Faz-me falta sentir-me amada. Faz-me falta sentir-me feliz. Uma
relação não implica que as pessoas estejam presas, não implica falta de espaço
nem de liberdade, não implica angústia. Uma relação envolve carinho, envolve
medo, envolve dedicação, envolve paixão, envolve afeto, envolve discussões,
envolve reconciliações, envolve determinação, envolve cuidado.
Às
vezes sinto falta de palavras de carinho no momento certo, sinto falta de
alguém que me motive, sinto falta de alguém com quem me deite no sofá numa
tarde chuvosa de domingo a ver um filme, sinto falta de alguém que me aqueça,
sinto falta de ter alguém que não sinta vergonha de estar comigo.
Sozinha
não sou assim, não tenho nada do que desejo. Tenho mais liberdade, mas não
tenho amor. Posso fazer todas as asneiras possíveis e imaginárias mas depois
não vou ter alguém que me chame à atenção, que me dê protecção. Embora digam
que mais vale sozinha do que mal acompanhada – e concordo! – acho que sinto
falta de estar “só” acompanhada por alguém que demonstre o mesmo tipo de
sentimento que eu.
Não,
eu não fico bem sozinha.
A.
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